Debate de gênero pelas brechas da BNCC:
feminismo negro e arte em foco
DOI:
https://doi.org/10.14393/OT2025v27.n.2.77555Keywords:
BNCC, feminismo negro, Gênero, Ensino de Arte, CurrículoAbstract
Reconhece-se nesse estudo a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como parte de um contexto global de aliança neoconservadora e neoliberal e admite-se a possibilidade de professores (as) se sentirem desencorajados(as) a debater gênero em sala de aula por conta da ausência da temática na BNCC. Diante desse problema, este estudo realizou uma análise documental da BNCC com o objetivo de identificar brechas no documento que possam contribuir para o debate de gênero nas escolas, especialmente em aulas de Arte do Ensino Fundamental. Sedimentada no feminismo negro, em estudos sobre gênero e educação, e em análises documentais de outras pesquisadoras, a investigação revelou que, apesar do apagamento da temática no documento, determinados significantes vazios, habilidades em unidades temáticas de Arte e diretrizes voltadas para a educação das relações étnico-raciais, quando abordadas sob uma perspectiva interseccional, podem ser explorados como caminhos ao debate de gênero no Ensino de Arte.
Downloads
References
APPLE, Michael W. A política do conhecimento oficial: faz sentido a ideia de um currículo nacional?. In: MOREIRA, Antônio Flavio; SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Currículo, Cultura e Sociedade. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.71-106.
BALL, S. J. Educação Global S.A.: novas redes políticas e o imaginário neoliberal. 23. ed. Ponta Grossa – Paraná: UEPEG, 2014, páginas 34-74.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (1ª versão BNCC): educação é a base. Brasília: MEC; CONSED; UNDIME, 2015. Disponível em: https://observatoriogeohistoria.net.br/primeira-versao-da-bncc/. Acesso em: 13 jun. 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (2ª versão BNCC): educação é a base. Brasília: MEC; CONSED; UNDIME, 2016. Disponível em: portal.mec.gov.br/docman/maio-2016-pdf/40791-bncc-proposta-preliminar-segunda-versão-pdf/file. Acesso em: 13 jun. 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília: MEC; CONSED; UNDIME, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf. Acesso em: 16 jul. 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília: Diário Oficial da União, 2019. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file. Acesso em: 15 jun. 2024.
BRASIL. Resolução CNE/CP nº 4, de 29 de maio de 2024. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Profissionais do Magistério da Educação Escolar Básica (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados e cursos de segunda licenciatura). Brasília: Diário Oficial da União, 2024. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-cne/cp-n-4-de-29-de-maio-de-2024-563084558. Acesso em: 2 out. 2024.
GONZALES, Lelia. Por um feminismo afro-latino-americano. In: GONZALES, Lelia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020, p.127-149.
hooks, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. 6. ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019a.
hooks, bell. Teoria feminista: da margem ao centro.1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2019b.
LACLAU, E. Emancipação e Diferença. Rio de Janeiro: EduUERJ, 2011.
LEMOS, C.; DELLA FONTE, S. S. . TRADUÇÕES DAS DISPUTAS SOBRE A QUESTÃO DE GÊNERO NA BNCC. Revista Espaço do Currículo, [s. l.], v. 16, n. 1, p. 1–22, 2023. DOI: 10.15687/rec.v16i1.65939. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/65939. Acesso em: 15 mar. 2024.
LOURO, Guacira. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 16. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
MACEDO, Elisabeth. Currículo como espaço-tempo de fronteira cultural. Revista Brasileira de Educação, [s.l.] v.11, n.32, p 285-296, maio/ago, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782006000200007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/wbctGFsGKm3tJ8bvhFKKfnd/. Acesso em: 11 ago. 2023.
MACEDO, Elizabeth. As demandas conservadoras do Movimento Escola sem partido e a Base Nacional Curricular Comum. Educação & Sociedade, Campinas, v.38, n.139, p.507-524, abr./jun. 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/ES0101-73302017177445. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/JYfWMTKKDmzVgV8VmwzCdQK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 10 jul. 2023.
MAINARDES, J. Abordagem do Ciclo de Políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educ. Soc. Campinas, v. 27, n. 94, p. 47-69, jan.-abr., 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/NGFTXWNtTvxYtCQHCJFyhsJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 22 jun. 2024.
MIRANDA, Edgar; VILANOVA, Rita. Redes nacionais de influência em políticas educacionais. Currículo sem Fronteiras, v. 20, n. 3, p. 1076-1109, set./dez. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.35786/1645-1384.v20.n3.23. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol20iss3articles/miranda-vilanova.html. Acesso em: 22 jun. 2024.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgar. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLASCO, Consejo Latinoamericano de Ciências Sociales, 2005. Disponível em: https://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf . Acesso em: 12 dez. 2023.
UNESCO. Marco da educação 2030: Declaração de Incheon. Incheon, Coréia do Sul: UNESCO, 2015. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000243278_por. Acesso em: 10 jul. 2023.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Olhares & Trilhas

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Authors who publish in this journal agree to the following terms: