Avaliação e formação de professores de línguas
uma discussão sobre o currículo e as percepções dos formandos
DOI:
https://doi.org/10.14393/OT2021v23.n.3.62193Palavras-chave:
Letramento em avaliação de Línguas, Formação de Professores de Línguas, Licenciatura em língua inglesaResumo
Partindo da premissa de que a avaliação é parte integrante do processo de ensino e aprendizagem de línguas, este artigo apresenta um microestudo que investigou as percepções de alunos-graduandos do curso de licenciatura em Letras-Inglês de uma universidade pública da região Centro-Oeste sobre sua própria formação para avaliar. Para analisar as informações fornecidas pelos participantes, apoiamo-nos nos conceitos basilares de professor reflexivo (SCHON, 1983; 1992; CONTRERAS, 2002) e de letramento em avaliação (de línguas) (STIGGINS, 1991; SCARAMUCCI, 2016; QUEVEDO-CAMARGO; SCARAMUCCI, 2018). A metodologia utilizada incluiu entrevistas semiestruturadas e análise documental (PRODANOV; FREITAS, 2003) do currículo do curso de formação de professores em Letras-Inglês da universidade. As análises das entrevistas indicam que os licenciandos entendem a importância dos conhecimentos pedagógicos para sua formação e, sobretudo, sentem falta de disciplinas que abordem a avaliação de línguas. Concluímos que é necessário que o letramento em avaliação de línguas seja uma das pautas centrais para discussão nos cursos de formação de professores, para que os formandos compreendam o processo avaliativo de maneira integral, desde a formulação dos objetivos e a elaboração de instrumentos até a interpretação dos dados e a tomada de decisões a partir deles, e, assim, exerçam seus papéis de professores-avaliadores reflexivos.
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