A tarefa avaliativa de alfabetização de Miguel

uma criança com autismo do segundo ano do ensino fundamental

Autores

  • Daniel Novaes Universidade São Francisco e Universidade Federal de São Carlos
  • Ana Paula de Freitas Universidade São Francisco
  • Milena Moretto Universidade São Francisco

DOI:

https://doi.org/10.14393/OT2024v26.n.2.73853

Palavras-chave:

Avaliação diagnóstica, Alfabetização, Autismo, Teoria histórico-cultural, Vigotski

Resumo

Este artigo tem como objetivo compreender o modo como Miguel, uma criança com autismo matriculada no segundo ano do Ensino Fundamental, realiza uma tarefa avaliativa de alfabetização. Este texto é fruto de uma pesquisa de doutorado realizada na educação básica, em uma escola da rede municipal de ensino da periferia de uma cidade a 60 km da capital do estado de São Paulo. O referencial teórico-metodológico da teoria histórico-cultural respaldou o trabalho empírico e as análises das situações escolares. Com vistas a um desenvolvimento humano prospectivo, esse referencial defende a fundamentalidade de olhar para as múltiplas determinações que constituem os fenômenos. As análises realizadas destacam dois movimentos: 1. a mediação da professora na tarefa proposta; 2. os modos de participação da criança na tarefa proposta. Ademais, o estudo dá indícios de que o modo como Miguel realiza avaliação traz marcas de tarefas que tendem à simplificação para passar o tempo.

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Biografia do Autor

Daniel Novaes, Universidade São Francisco e Universidade Federal de São Carlos

Graduado em Pedagogia pela Universidade Paulista (2012-Prouni), Especialista em Educação Especial com Ênfase em Deficiência Intelectual pelo Centro Universitário Padre Anchieta, Mestre em Educação pela Universidade São Francisco (2018-Capes) e Doutor em Educação pela Universidade São Francisco (2022-Capes). Tem pesquisado na área da Educação (Especial), com ênfase em Teoria Histórico-Cultural, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Teoria Histórico-Cultural, transtorno do espectro autista, autismo, formação de professor, biografização, relações de ensino e práticas pedagógicas.

Ana Paula de Freitas, Universidade São Francisco

Graduada em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1989). Mestra e Doutora em Educação, pela Universidade Estadual de Campinas (1996; 2001). Estágio Pós-Doutoral no Instituto de Educação da Universidade do Minho - PT, na área de Ciências da Educação, na especialidade de Sociologia da Educação e Política Educativa, sob supervisão da Profa. Dr.a. Teresa Sarmento (2018). Estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (2022-2023), sob a supervisão da profa. Dra. Daniele Henrique Nunes Silva.

Milena Moretto, Universidade São Francisco

Possui graduação em Letras, Mestrado e Doutorado em Educação pela Universidade São Francisco. Já atuou como professora dos anos iniciais, no ensino fundamental de 6o. a 9o. ano e no Ensino Médio com as disciplinas de Língua Portuguesa e Inglesa. Atualmente, é professora concursada no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade São Francisco. Participa do grupo de pesquisa ALTER-AGE da Universidade de São Paulo, ALTER-LEGE da Universidade São Francisco, GPLIMES da Universidade São Paulo e é vice-líder do grupo Relações de ensino e trabalho docente da Universidade São Francisco. Foi coordenadora do Programa de Leitura e do Programa de Formação Geral da Universidade São Francisco. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando principalmente com seguintes temas: Leitura, Escrita, Alfabetização, Letramento, Gêneros Textuais, Narrativas, Formação Docente. 

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Publicado

2024-11-25

Como Citar

NOVAES, D.; DE FREITAS, A. P.; MORETTO, M. A tarefa avaliativa de alfabetização de Miguel: uma criança com autismo do segundo ano do ensino fundamental. Olhares & Trilhas, [S. l.], v. 26, n. 2, p. 1–16, 2024. DOI: 10.14393/OT2024v26.n.2.73853. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/olharesetrilhas/article/view/73853. Acesso em: 30 jan. 2025.