Alfabetiza Tchê: repercussões e tensões
DOI:
https://doi.org/10.14393/OT2025v27.n.1.75380Palavras-chave:
Programa Alfabetiza Tchê, Alfabetização., Formação de professores.Resumo
Este artigo tem por objetivo problematizar e analisar as repercussões e tensões do Programa Estadual de Apoio à Alfabetização – Alfabetiza Tchê, que está sendo promovido pelo estado do Rio Grande do Sul, em conjunto com o Instituto Natura, a Associação Bem Comum e a Fundação Lemann, fortalecendo as parcerias público-privadas. No âmbito do programa, há a formação de professores da pré-escola, na Educação Infantil, e a formação dos professores dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. A produção e o tratamento dos dados seguiram uma abordagem qualitativa e documental, pautada nos princípios da análise do conteúdo de documentos oficiais do site do Governo do Estado, e não oficiais, como reportagens, matérias e notícias de jornais, bem como materiais do curso de formação continuada do programa. O texto apresenta dados iniciais, tendo em vista que se trata de um programa novo no estado. Contudo, observa-se uma perspectiva neoliberal e meritocrática, uma vez que o programa retira do estado sua responsabilidade com a educação e promove, por meio de avaliações de larga escala, rankiamento entre as escolas e premiações para as que tiverem melhores resultados. Além disso, imputa às escolas premiadas a responsabilidade de auxiliar as demais que não tiveram resultados promissores.
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