As políticas de avaliação externa e suas repercussões no trabalho do docente
DOI:
https://doi.org/10.14393/OT2022v24.n.1.64506Palavras-chave:
Avaliação externa; Trabalho docente; Alienação; AutonomiaResumo
Este artigo visa analisar a correspondência entre a organização escolar e a gestão empresarial, que, ao instituir mecanismos de controle e subordinação, retiram do trabalho docente a autonomia sobre o seu fazer. Nesse sentido, a avaliação externa, na lógica neoliberal de educação, assume um aspecto central, que orienta o processo educativo e, na forma como tem assumido, contribuiu para o engessamento do trabalho do professor. Ao considerarmos o trabalho docente nessa concepção, a implementação de políticas de avaliação, calcadas no controle e na responsabilização, retiram o sentido ontológico do trabalho dos professores e produz a desumanização desses. Este artigo foi resultado de um estudo bibliográfico e sinaliza que as avaliações externas instituem mecanismos que cerceiam a liberdade e a autonomia docente, contribuindo para um processo de estranhamento do seu trabalho pedagógico ao torná-lo algo, cujas determinações e formas de ser lhe escapam, a ponto de perder o controle sobre seu fazer docente. Com as reflexões realizadas, reafirmamos a posição de que o espaço escolar necessita ser compreendido como espaço de lutas e de autonomia, onde os docentes constroem e reconstroem, cotidianamente, seu trabalho pedagógico.
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