Avaliando a re-expressão e criatividade de alunos de tradução

Uma abordagem positiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v35n2-2019-15

Palavras-chave:

Ensino de tradução, Avaliação de traduções, Abordagem positiva, Modelo de aceitabilidade

Resumo

Embora a tradução possa ser considerada um processo de comunicação que se realiza em duas (ou três) fases, isto é, compreensão – (conceituação) – e re-expressão, a maioria dos estudos teóricos e pedagógicos tem se dedicado à compreensão e conceituação. Há, no entanto, uma necessidade crescente de estabelecer uma base teórica para a terceira fase, uma vez que, contrariamente à máxima de Boileau (de que ideias bem concebidas podem ser facilmente expressadas), mesmo quando há compreensão total, as palavras não surgem facilmente. Para que a re-expressão seja mais bem ensinada, sua avaliação precisa ser repensada. Este artigo concentra-se na avaliação da re-expressão em tradução. Com base em um estudo detalhado de vários textos escritos em inglês e traduzidos para o francês por cerca de 38 alunos do primeiro ano de um curso de Tradução, primeiramente ressalta a diferença entre expressão e re-expressão e entre criatividade e literalidade, sendo aquela vista como um “desvio” (ou afastamento) desta. Em segundo lugar, defende uma avaliação positiva (que envolve a análise de soluções bem-sucedidas, e não de erros), já que a avaliação negativa tem um impacto relativamente limitado no processo de aprendizagem e estudá-la não seria muito produtivo. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Georges L. Bastin, Département de Linguistique et de Traduction, Université de Montréal

Tradutor especializado em história da tradução, nascido na Bélgica e admitido no Departamento de Linguística e Tradução da Université de Montréal em 1998, Georges Bastin é diretor da revista científica Meta desde 2014. É também líder do Grupo de Pesquisa Histal - História da Tradução na América Latina.

Marileide Dias Esqueda, Universidade Federal de Uberlândia

Marileide Dias Esqueda é professora associada da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Possui mestrado e doutorado em Estudos da Tradução pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É tradutora profissional e autora de diversos artigos científicos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior. Realizou estágio pós-doutoral na Universidade de Montreal, em Montreal, no Canadá (2018-2019).

Walter Freitas, Universidade Federal de Uberlândia

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos do Instituto de Letras e Linguística da UFU.

Referências

BALLARD, M. Wordplay and the didactics of translation. The Translator, v.2, n. 2, p. 333-46, 1996. https://doi.org/10.1080/13556509.1996.10798982

BASTIN, G. Macro-levels of analysis in interlinguistic activity. In: WOTJAK, G.; SCHMIDT, H. (Ed.). Models of translation. Frankfurt am Main: Vervuert Verlag, 1997. p. 123-32. https://doi.org/10.31819/9783964567468-009

BASTIN, G. Adaptation. In: BAKER, M. (Ed.). Routledge encyclopedia of translation studies. London: Routledge, 1998a. p. 5-8.

BASTIN, G. ¿Traducir o adaptar? Caracas: Universidad Central de Venezuela – CDCH/FHE, 1998b.

BOILEAU, N. L’Art poétique, I, Oeuvres Complètes. Paris: Les Belles lettres, 1952.

DE BEAUGRANDE, R.; DRESSLER, W. Introduction to textlinguistics. London: Longman, 1981. https://doi.org/10.4324/9781315835839

DANCETTE, J. Parcours de traduction. Lille: Presses universitaires de Lille, 1995.

DELISLE, J. L’analyse du discours comme méthode de traduction. Ottawa: Éditions de l’Université d’Ottawa, 1980. https://doi.org/10.1515/flin.1979.13.1-2.55

DELISLE, J. Translation: an interpretive approach. Trad. P. Logan and M. Creery. Ottawa: University of Ottawa Press, 1988.

DELISLE, J.; LEE-JAHNKE, H.; CORMIER, M. C. Terminologie de la traduction/Translation Terminology/Terminología de la traducción/ Terminologie der Übersetzung. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins, 1999. https://doi.org/10.1075/fit.1

GARCÍA LANDA, M. Les déviations délibérées de la littéralité. PhD Thesis, 1978. Paris: ESIT, University of Paris III, 1978.

GILE, D. Basic Concepts and Models for Interpreter and Translator Training. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins, 1995. https://doi.org/10.1075/btl.8(1st)

HATIM, B.; MASON, I. The translator as communicator. London: Routledge, 1997.

HURTADO ALBIR, A. La notion de fidélité en traduction. Paris: Didier Érudition, 1990.

KUSSMAUL, P. Training the translator. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins, 1995. https://doi.org/10.1075/btl.10

NORD, C. Text analysis in translation. Amsterdam: Rodopi, 1991. https://doi.org/10.1075/z.56.08nor

NORD, C. Translation as a process of linguistic and cultural adaptation. In: DOLLERUP, C.; LINDEGAARD, A. (Ed.). Teaching translation and interpreting 2. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins, 1994. p. 59-67. https://doi.org/10.1075/btl.5.11nor

NORD, C. Translating as a purposeful activity. Manchester: St Jerome Publishing, 1997.

SELESKOVITCH, D.; M. LEDERER. Interpréter pour traduire. Paris: Didier Érudition, 1989.

TOURY, G. Monitoring discourse transfer: a test-case for a development model of translation. In: HOUSE, J.; BLUM-KULKA, S. (Ed.). Interlingual and intercultural communication. Tübingen: Gunter Narr, 1986. p. 79-94.

VINAY, J. P. Statistiques de la servitude en matière de traduction. Meta, v. 25, n. 4, p. 447-54, 1980. https://doi.org/10.7202/004567ar

Publicado

2019-12-30

Como Citar

BASTIN, G. L.; ESQUEDA, M. D.; FREITAS, W. Avaliando a re-expressão e criatividade de alunos de tradução: Uma abordagem positiva. Letras & Letras, Uberlândia, v. 35, n. 2, p. 246–260, 2019. DOI: 10.14393/LL63-v35n2-2019-15. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/51601. Acesso em: 26 jul. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)