Trabalho e fé na Idade Média
reflexões lexicais e cognitivas
DOI:
https://doi.org/10.14393/Lex6-v3n2a2018-2Palavras-chave:
Léxico, Conceptualização, Idade Média, Trabalho, FéResumo
Objetivamos, com o presente artigo, socializar reflexões sobre possíveis relações estabelecidas pelo homem medieval, religioso, católico, entre sua vida de fé e o seu trabalho, seja negando-o ou supervalorizando-o em sua prática religiosa. Assim o trabalho não será entendido apenas como parte da vida e da rotina, mas como construtor de uma ideologia a ser seguida, que mescla a vivência religiosa à social. Ancoramos teoricamente nosso estudo na Semântica Cognitiva, no que tange à Teoria da Metáfora Conceptual (LAKOFF; JOHNSON, 2002 [1980], 1999; LAKOFF, 1987) em seus desdobramentos mais recentes. A coleta de dados seguiu a busca lexical e interpretativa, de cunho semântico-cognitivista, em textos científicos, de cunho historiográfico e teológico, sobre as conceptualizações do trabalho na Idade Média; desse modo, observamos como a construção do discurso sobre esse tema pode nos oferecer pistas lexicais e semânticas sobre as principais formas e entendimento do que significava, para esse sujeito, o trabalho, em seu contexto. Outros estudiosos aqui considerados foram: Le Goff (2013), Houtart (1982), De Masi (2001), Dreher (2013), Aquino (2014), dentre outros. Alguns resultados apontaram para as seguintes conceptualizações metafóricas do trabalho: TRABALHO RELIGIOSO É PRIVILÉGIO SOCIAL, TRABALHO É RELAÇÃO DE TROCA, TRABALHO É PAGAMENTO. O presente estudo possibilitou a percepção de que como se deram alguns processos de conceptualização através dos mapeamentos entre domínios de conhecimentos diversos, sejam eles históricos, sociais ou religiosos.
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