Os Os gestos didáticos no trabalho de professoras alfabetizadoras no contexto de ensino remoto

Autores

  • Andreia Rezende Garcia-Reis Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Rafaela Reis Castor Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.14393/OT2024v26.n.2.72861

Palavras-chave:

Trabalho docente, Gestos didáticos, Alfabetização, Ensino remoto, Videoaulas

Resumo

RESUMO:

Este artigo tem como principal objetivo identificar os gestos didáticos fundadores e específicos (Barros, 2013; Dolz, 2017) de professoras alfabetizadoras, sobretudo nas aulas de Língua Portuguesa, no trabalho com a compreensão de textos, durante o ensino remoto no ano de 2020. Os dados foram gerados a partir de gravações em áudio e vídeo de videoaulas de duas professoras alfabetizadoras de uma escola privada de Minas Gerais, na região sudeste do país, além de entrevistas semiestruturadas com cada uma das professoras. O processo de alfabetização (Soares, 2020; 2021) e ensino da compreensão textual (Brasil, 2018) são compreendidos como um percurso metódico, com base em princípios interacionistas (Bronckart, 2006), de reflexão sobre o sistema de escrita e sobre os objetivos comunicativos dos diversos gêneros textuais que circulam socialmente. Os resultados da investigação revelam que as professoras alfabetizadoras acionam diferentes gestos didáticos, tanto fundadores quanto específicos, para promover a alfabetização das crianças inseridas no ensino remoto, com o objetivo de ensinar os conteúdos planejados e também de organizar o tempo de aula nessa modalidade de ensino. Os gestos encontrados nas aulas analisadas, sobretudo os linguageiros, constituem o trabalho docente em turmas de alfabetização e fazem-se presentes também no ensino presencial.

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Biografia do Autor

Rafaela Reis Castor, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestra em Educação pela UFJF. 

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Publicado

2024-08-26

Como Citar

REZENDE GARCIA-REIS, A.; REIS CASTOR, R. Os Os gestos didáticos no trabalho de professoras alfabetizadoras no contexto de ensino remoto. Olhares & Trilhas, [S. l.], v. 26, n. 2, p. 1–26, 2024. DOI: 10.14393/OT2024v26.n.2.72861. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/olharesetrilhas/article/view/72861. Acesso em: 21 dez. 2024.