‘Eu queria ser um gringo bonito e inteligente’

Reflexões sobre colonialidade do ser em aulas de língua inglesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v35nEsp2019-5

Palavras-chave:

colonialidade do ser, racismo epistêmico, ensino de língua inglesa

Resumo

Neste artigo, objetivamos investigar os discursos de estudantes do 1º ano do Ensino Médio, à luz das noções de colonialidade do ser de Torres (2007) e de racismos epistêmico de Grosfoguel (2007). Para tanto, discorremos sobre os princípios da teoria decolonial, o contexto e a metodologia da pesquisa. A colonialidade do ser pode ser compreendida como a visão que construímos sobre nós mesmos, sobre os outros, a partir das relações de gênero e das sexualidades, constituída por meio dos padrões eurocêntricos, instituídos a partir da colonização e de seus efeitos compreendidos por colonialidades. O racismo epistêmico, por sua vez, pode ser entendido como a negação da capacidade de produção de conhecimento por outros, isto é, pelos povos colonizados. Nesse sentido, pudemos observar discursos que corroboravam a visão do outro como superior a si mesmo e de como esses discursos desvelam visões do senso comum e do discurso neoliberal.

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Publicado

2019-10-23

Como Citar

BEZERRA, S. S.; IFA, S. ‘Eu queria ser um gringo bonito e inteligente’: Reflexões sobre colonialidade do ser em aulas de língua inglesa. Letras & Letras, Uberlândia, v. 35, n. especial, p. 90–108, 2019. DOI: 10.14393/LL63-v35nEsp2019-5. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/49567. Acesso em: 22 dez. 2024.