‘Eu queria ser um gringo bonito e inteligente’

Reflexões sobre colonialidade do ser em aulas de língua inglesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v35nEsp2019-5

Palavras-chave:

colonialidade do ser, racismo epistêmico, ensino de língua inglesa

Resumo

Neste artigo, objetivamos investigar os discursos de estudantes do 1º ano do Ensino Médio, à luz das noções de colonialidade do ser de Torres (2007) e de racismos epistêmico de Grosfoguel (2007). Para tanto, discorremos sobre os princípios da teoria decolonial, o contexto e a metodologia da pesquisa. A colonialidade do ser pode ser compreendida como a visão que construímos sobre nós mesmos, sobre os outros, a partir das relações de gênero e das sexualidades, constituída por meio dos padrões eurocêntricos, instituídos a partir da colonização e de seus efeitos compreendidos por colonialidades. O racismo epistêmico, por sua vez, pode ser entendido como a negação da capacidade de produção de conhecimento por outros, isto é, pelos povos colonizados. Nesse sentido, pudemos observar discursos que corroboravam a visão do outro como superior a si mesmo e de como esses discursos desvelam visões do senso comum e do discurso neoliberal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADAMS, T. E.; ELLIS, C.; JONES, S. H. Autoethnography. New York, NY: Oxford University Press, 2015.

ALMEIDA, S. L. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen livros, 2019.

BAKHTIN, M/VOLOCHINOV . Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2004.

BEZERRA, S. S. Um estudo autoetnográfico em aulas de língua inglesa no ensino médio: reflexões sobre (de)colonialidades, prática docente e letramento crítico. 2019. 192 f. Tese de Doutorado (Doutorado em Letras e Linguística) - Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2019.

BROWN, W. Undoing the demos: neoliberalism's stealth revolution. New York: Zone books near futures, 2015.

CASTRO-GÓMEZ, S. La poscolonialidad explicada a los ninos. Colombia: Jigra de letras; Editorial Universidad del Cauca; Instituto Pensar; Universidad Javeriana, 2005.

DENZIN, Norman K. Interpretive autoethnography. Thousand Oaks, CA: Sage, 2014. https://doi.org/10.4135/9781506374697

DUSSEL, E. Europa, modernidade e eurocentrismo. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, set. 2005, p. 24-32.

FABRÍCIO, B. F. Linguística Aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, Luis Paulo da (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p. 45-65.

GROSFOGUEL, R. Dilemas dos estudos étnicos norte-americanos: multiculturalismo identitário, colonização disciplinar e epistemologias descoloniais. Tradução Flávia Gouveia. Ciência e Cultura, v. 59, n. 2, p. 32-35, 2007.

MOITA LOPES, L. P. Linguística Aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que tem orientado a pesquisa. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p. 85-107.

OLIVEIRA, L. F. O que é uma educação decolonial. Nuevamerica, Buenos Aires, v. 149, p. 35-39, 2016.

OLIVEIRA, L. F.; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 115-140, 2010. https://doi.org/10.1590/S0102-46982010000100002

PENNYCOOK, A. Uma linguística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p. 67-84.

QUIJANO, A. Colonialidade do porder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino americanas.Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, set. 2005, p. 107-130.

QUIJANO, A. Colonialidaddel poder y clasificación social. In: CASTRO-GOMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Ed.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad espistémica más alládel capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 93-126.

STREVA, J. M. Colonialidade do ser e corporalidade: racismo brasileiro por uma lente descolonial. Revista Antropolítica, Niterói, v. 1, n. 40, p. 20-53, 2016. https://doi.org/10.22409/antropolitica2016.1i40.a432

TORRES, M. Sobre la colonialidad del ser: contribuiciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GOMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Ed.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad espistémica más alládel capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 127-167.

Downloads

Publicado

2019-10-23

Como Citar

BEZERRA, S. S.; IFA, S. ‘Eu queria ser um gringo bonito e inteligente’: Reflexões sobre colonialidade do ser em aulas de língua inglesa. Letras & Letras, Uberlândia, v. 35, n. especial, p. 90–108, 2019. DOI: 10.14393/LL63-v35nEsp2019-5. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/49567. Acesso em: 22 jul. 2024.