Ideologia, memória, sentido
Reflexões acerca do enunciado "Não pense em crise, trabalhe" e suas (re)atualizações em discursos de resistência
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36n1-2020-3Palavras-chave:
Memória, Discursos de resistência, Trabalho, Trabalhador, IdeologyResumo
Analisamos, no presente artigo, sob o viés da análise do discurso pecheuxtiana, o funcionamento discursivo do enunciado “Não pense em crise, trabalhe”, observando, sobretudo, os sentidos de trabalho e trabalhador que se inscrevem nesse enunciado e em suas diferentes (re)atualizações em discursos de resistência. Partindo das noções de ideologia, memória e resistência, concluímos, a partir das análises realizadas, que tal enunciado produz-se como um enunciado dividido (COURTINE, 2009), o qual mobiliza duas formações discursivas antagônicas: uma na qual se inscreve o discurso do governo Temer, e outra na qual se inscrevem os discursos de resistência à ordem governamental. Assim, num jogo entre o formulável e o não formulável, o sentido instituído e a deriva, a memória e a atualidade, observamos o funcionamento da ideologia dominante, mas também o funcionamento daquilo que produz furo nessa ideologia: a resistência.
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