A construção da subjetividade surda pela falta/presença da língua: uma análise foucaultiana
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL65-v32n3a2016-3Palavras-chave:
Surdo, Libras-Língua de Sinais brasileira, Formações discursivas, Subjetividade, Objetos DiscursivosResumo
Realizando uma incursão nos estudos sobre a surdez, observamos que, ao longo da história da humanidade, os surdos foram colocados em vários lugares sociais, provocando uma definição difusa de sujeito, que ora é deficiente auditivo, ora é componente de um povo, o povo surdo produtor de uma cultura própria, a cultura surda, que em nada se assemelha ao sujeito que a medicina nomeou. Este artigo tem como objetivo analisar como esses dois discursos - de "deficiente auditivo" e de "povo surdo" - são construídos discursivamente, engendrando as (novas) subjetividades surdas. Como metodologia de trabalho, elegemos seis enunciados a respeito das pessoas que têm surdez e que se comunicam através da língua de sinais, procedendo a uma análise desses discursos na perspectiva adotada por Foucault na obra Arqueologia do Saber. O referencial teórico adotado auxiliou a observar o processo de produção de objetos no contexto dessas formações discursivas. Os seis enunciados analisados exemplificam três formações discursivas aparentemente distintas, mas cujo objeto de discurso é o mesmo: o sujeito surdo. Os resultados coletados permitiram perceber que cada formação discursiva sobre a "não-audição" reverbera sobre seus sujeitos, produzindo enunciados que se influenciam mutuamente em relação aos objetos que formam. Sendo assim, pudemos observar que, mesmo parcialmente, os Estudos Surdos atuais estão reivindicando para a Comunidade Surda a construção/implementação de novos saberes a respeito de si, os quais fundamentarão seu próprio discurso, numa tentativa, talvez, de constituição de um sujeito diferente do que é relacionado nos discursos produzidos pelos outros não-surdos.Downloads
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