Família cuir no cinema brasileiro
Algumas notas sobre Madame Satã
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v38-2022-19Palavras-chave:
Madame Satã, Cinema brasileiro, Conceito de família, Família cuirResumo
Objetivamos discutir a formação de um modelo familiar alheio à heteronormatividade no longa-metragem Madame Satã (2002), primeiro trabalho de direção de Karim Aïnouz, que conta um recorte da vida do malandro pernambucano João Francisco dos Santos, antes de adotar o referido apelido, no espaço boêmio da Lapa, dos anos de 1930. Ao lado da prostituta Laurita e do gay afeminado Tabu, João forma uma família disruptiva do modelo burguês mononuclear formado pela tríade homem-mulher-criança cisgênero, e juntos criam a pequena Firmina, desestabilizando a moral cristã e burguesa do referido conceito, uma vez que são personagens historicamente marginalizadas por suas sexualidades e performatividades de gênero que compõem esse arranjo familiar. Primeiramente, discutimos a família como modelo social em conformidade com discursos jurídicos, médicos e religiosos, a partir dos textos de Engels (2019) e Foucault (2018), para pensá-la fora desse padrão, em conformidade com um modelo de família cuir.
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Referências
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