O Projeto Échange virtuel en Langue Française (EVILAF)
interações mediadas por tecnologias entre estudantes de Letras Francês de universidades públicas no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv19a2025-71Palavras-chave:
Intercâmbio Virtual, Língua Francesa, Tecnologias, InternacionalizaçãoResumo
O movimento crescente de internacionalização das universidades brasileiras vem se caracterizando por uma diversidade de ações institucionais ligadas aos acordos de cooperação entre as instituições de ensino superior e, também, por práticas locais de interação linguística e cultural vivenciadas em diversas situações no meio universitário, dentre elas, os intercâmbios virtuais (Rampazzo; Moore, 2024). Apesar dos programas de mobilidade acadêmica na Graduação ainda serem um objetivo para os estudantes (Stallivieri, 2017), a realização de outras “experiências de internacionalização” nas universidades constitui um espaço efetivo para que línguas e culturas estejam em contato e ampliem o conceito do que é se internacionalizar no ensino superior (Leask, 2015; Hudzik, 2020; Knight, 2020). É nesse contexto que se insere o projeto “Échange virtuel en Langue Française” (EVILAF) que reúne estudantes dos Cursos de Graduação de Letras Francês de seis universidades públicas brasileiras para a realização de uma experiência de intercâmbio virtual online em língua francesa mediada por ferramentas digitais na modalidade Teletandem (O'Dowd, 2019). Assim, os objetivos do projeto foram os seguintes: i) promover interações online em língua francesa entre os estudantes de francês; ii) analisar as características dessas interações e seu potencial para o desenvolvimento e aprimoramento de competências linguístico-culturais para formação universitária dos participantes; iii) promover a reflexão sobre o que é o intercâmbio virtual no contexto do ensino superior brasileira como uma das “experiências de internacionalização” que os estudantes podem realizar, marcada pela imersão na língua francesa. A realização do projeto e sua metodologia foram de cunho qualitativo e interpretativo e os dados coletados sobre a experiência se deram por meio do registro das avaliações dos participantes após cada sessão registradas em um formulário específico. A contribuição deste trabalho se insere nas ações de internacionalização das universidades brasileiras, na formação linguístico-cultural em língua francesa dos estudantes de Letras Francês que ressignificam a importância de sua formação no idioma e nas culturas a ele relacionadas como uma experiência internacional em cada uma de suas universidades.
Downloads
Referências
ABREU-E-LIMA, D. M. et al. Do Inglês sem Fronteiras ao Idiomas sem Fronteiras. A construção de uma política linguística para a internacionalização. Minas Gerais: Editora da UFMG, 2016.
ALBUQUERQUE-COSTA, H. B.; MELLO, M. F. S. M. (org.) Internacionalização no ensino superior e formação em línguas estrangeiras: conceitos, abordagens metodológicas e elaboração de programas de ensino. Campinas: Pontes Editores, 2024.
ARANHA, S.; TELLES, J. Os gêneros e o Projeto Teletandem Brasil: relação entre compartilhamento e sucesso interacional. In: VI SIGET - Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais. Natal. Anais do VI SIGET, 2011.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006ª [1952-1953]. p. 261-306.
BEELEN J.; JONES E. Redefining internationalization at home. In: The European Higher Education Area. 2015. p. 59-72. DOI https://doi.org/10.1007/978-3-319-20877-0_5
CANDELIER, M. Approches plurielles, didactiques du plurilinguisme : le même et l’autre. Recherches en didactiques des langues et cultures. Les Cahiers de l’Acedle, no 5, 2008. DOI https://doi.org/10.4000/rdlc.6289
CASTELLOTTI, V.; MOORE, D. Répresentations sociales des langues et enseignements. Guide pour l’élaboration des politiques linguistiques éducatives en Europe – De la diversité linguistique à l’éducation plurilingue. Étude de référence. Conseil de l’Europe, 2002.
CHAGAS, L. A. Perspectivas de internacionalização e cenários políticos de professores de idiomas no contexto de uma universidade federal brasileira. 2021. 187 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. Disponível em https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/31306. Acesso em: 21 maio 2025.
DE WIT, H. Internationalisation in higher education, a critical review. Simon Fraser University Educational Review, v. 12, n. 3, p. 9-17, Fall 2019. DOI https://doi.org/10.21810/sfuer.v12i3.1036
HUDZIK, J. K. Comprehensive internationalization: institutional pathways to success. Oxon; New York: Routledge, 2015.
KNIGHT, J. Internacionalização da educação superior: conceitos, tendências e desafios. 2 ed. E-book. São Leopoldo: Oikos Editora, 2020.
LEASK, B. Internationalizing the curriculum. New York: Routledge, 2015. DOI https://doi.org/10.4324/9781315716954
LEFFA, V. et al. (org.). Tecnologias e ensino de línguas [recurso eletrônico]: uma década de pesquisa em linguística aplicada. 1. ed. – Santa Cruz do Sul : EDUNISC, 2020. Disponível em: www.unisc.br/edunisc . Acesso em: 13 mai. 2024.
LEONE, P. Teletandem and Intercomprehension. The ESPecialist, [S. l.], v. 43, n. 1, 2022. DOI https://doi.org/10.23925/2318-7115.2022v43i1a2
KUMARAVADIVELU, B. A. Linguística Aplicada na Era da Globalização. In: MOITA LOPES, L. P. Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Editora Parábola, 2006. p. 129-147.
LOURENÇO, M. Repensar a formação de professores… rumo a uma educação global na aula de línguas. In: VILELA, A. P.; MOURA, A. (coord). Atas das I Jornadas Nacionais dos Professores de Línguas – PIAFE. Leituras cruzadas para o futuro: movimentos, correntes e diversidades linguísticas e culturais. Construindo pontes para o Entendimento Global, 2017. p. 63-92. Disponível em: http://blogs.ua.pt/cidtff/wp-content/uploads/2017/12/ebookjornadaspiafe.pdf. Acesso em: 26 dez. 2017.
MAYRINK, M.; ALBUQUERQUE-COSTA, H. (org.) Pesquisas em ensino e aprendizagem de línguas com tecnologias: percursos reflexivos e metodológicos. Campinas: Pontes, 2022, 341p.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed.(rev.). São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2011.
O’DOWD, R. A. Intercultural communicative competence through telecollaboration, In: JACKSON, J. (dir.). The Routledge Handbook of Language and Intercultural Communication. Routledge, 2011. p. 342-358.
O’DOWD, R. A. transnational model of virtual exchange for global citizenship education. Language Teaching, Cambridge, p. 1-14, 2019. Disponível em: https:// www.cambridge.org/core/journals/language-teaching/article/abs/transnational-modelof-virtual-exchange-for-global-citizenship-education/3C9CCB2AA8B68BB77EB2F4 2778D68619.
PUREN, C. Approche communicative et perspective actionnelle, deux organismes méthodologiques génétiquement opposés... et complémentaires. Disponível em: https://www.christianpuren.com/mes-travaux/2014a/ Acesso em: 20 jun. 2025.
RAMPAZZO, L.; CUNHA, J. N. C. Telecollaborative practice in Brazil: What has been published about teletandem? BELT - Brazilian English Language Teaching Journal, 12(1), e40023, 2021. DOI https://doi.org/10.15448/2178-3640.2021.1.40023
RAMPAZZO, L.; MOORE, V. de K.-A. Guia teórico-prático do intercâmbio virtual. Campinas: Pontes Editores, 2024.
REVUZ, C. A língua estrangeira entre o desejo de um outro lugar e o risco do exílio. Tradução de Silvana Serrani-Infante. In: SIGNORINI I. Língua(gem) e identidade: elementos para uma discussão no campo aplicado. Campinas: Mercado de Letras, 2006.
SMUK, M. Compétence de savoir-être dans l’apprentissage des langues. Redéfinitions, applications, défis. Glottodidactica, [S. l.], v. 45, n. 1, p. 133–146, 2018. DOI https://doi.org/10.14746/gl.2018.45.1.09
STALLIVIERI, L. Internacionalização e Intercâmbio: dimensões e perspectivas. 1. ed. Curitiba: Appris, 2017.
TAGLIANTE, C. Techniques et pratiques de classe. Paris: CLE international, 2006.
TELLES, J.; ZAKIR, M. A.; FUNO, L. B. A. Teletandem e episódios relacionados a cultura. Revista D.E.L.T.A., 31-2, 2015. DOI https://doi.org/10.1590/0102-445084549183239327
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. (1930[1998]).
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.1934 [1999]).
WEBER, C. Pour une didactique de l'oralité. Paris: Didier. Langues et didactique, 2013. DOI https://doi.org/10.14375/NP.9782278076123
WOICOLESCO, V. G. Estratégias para um modelo integral de internacionalização. In: MOROSINI, G. (org.) Guia para a Internacionalização Universitária. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Heloisa ALBUQUERQUE-COSTA, Livia Miranda de Paulo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos da licença Creative Commons
CC BY-NC-ND 4.0: o artigo pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato; os créditos devem ser dados ao autor original e mudanças no texto devem ser indicadas; o artigo não pode ser usado para fins comerciais; caso o artigo seja remixado, transformado ou algo novo for criado a partir dele, o mesmo não pode ser distribuído.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.


