Análise e descrição paramétrica de microestrutura de instrumentos lexicográficos impressos do sinal do léxico ‘futebol’
DOI:
https://doi.org/10.14393/Lex-v9a2023/24-23Palavras-chave:
Microestrutura, Lexicologia e Lexicografia, Libras, Sinal do léxico comum, DicionáriosResumo
Este artigo analisa a representação do sinal FUTEBOL no léxico comum da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em dois dicionários lexicográficos distintos: um da Tipografia Universal de E. & H. Laemmert (Gama, 1875) e outro da Editora da Universidade de São Paulo (Capovilla et al., 2017). O objetivo é examinar as microestruturas dos verbetes desses dicionários para entender como são descritos e utilizados. A metodologia se baseia nos estudos de Lexicologia e Lexicografia de Faulstich (2010, 2011, 2016) e Fromm (2003), que explicam os elementos que formam os verbetes em Língua Portuguesa (LP) e Libras. Os resultados revelaram que, embora os dicionários sejam ferramentas úteis, há uma lacuna na descrição de conceitos e significados dos sinais. Os verbetes nos dicionários analisados não oferecem explicações complementares que ajudariam na compreensão do uso dos sinais na Libras. Essa falta de detalhes pode levar a uma insatisfação entre linguistas e praticantes do esporte quanto à representação tridimensional dos sinais e seu uso em contextos diversos. O sinal FUTEBOL no léxico comum da Libras é identificado como uma variação linguística importante no Brasil. A comparação entre os dicionários antigos e mais recentes mostra uma ampliação dos conceitos linguísticos, mas também destaca a necessidade de melhorias na forma como os sinais são apresentados e descritos, a fim de refletir melhor seu uso real e contextos variados na Libras.
Downloads
Referências
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22, de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Libras e o art. 18 da Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 28, 23 dez. 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm. Acesso em: 07 mar. 2024.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1. Brasília, DF, p. 23, 25 abr. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 07 mar. 2024.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D.; MARTINS, A. C.; TEMOTEO, J. G. Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: a Libras em suas mãos: Sinais de E e O. São Paulo: EDUSP. 2017. v. 2.
DINIZ, H. G. A história da língua de sinais dos surdos brasileiros: um estudo descritivo de mudanças fonológicas e lexicais da Libras. Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2011.
FAULSTICH, E. Para gostar de ler um dicionário. In: RAMOS, C. de M. de A. et al. (org.). Pelos caminhos da dialetologia e da sociolinguística: entrelaçando saberes e vida – Homenagem a Socorro Aragão. São Luís, MA: EDUFMA, 2010. p. 166-185.
FAULSTICH, E. Avaliação de dicionários: uma proposta metodológica. Organon, Porto Alegre, n. 50, jan.-jun., 2011. p. 181-220. DOI https://doi.org/10.22456/2238-8915.28346
FAULSTICH, E. Harmonização entre línguas como um mecanismo de política linguística no Brasil. In: WEGLARZ. B. H; WISNIEWSKA. J; JABTONKA, E. Língua Portuguesa: unidade na diversidade. Lublin, Polônia: Editora da Universidade Marie Curie-Sktodowska, 2016. v. 1.
FAULSTICH, E.; VILARINHO, M. M. O. Lexicografia bilíngue: versatilidade e complexidade. In: NADIN, O. L.; ZAVAGLIA, C. (org.). Estudos do léxico em contextos bilíngues. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2016. p. 13-35.
FROMM, G. Dicionários em sala de aula: como aproveitá-los bem. In: FROMM, G.; HERNANDES, M. C. L. (org.). Domínios de linguagem III: práticas pedagógicas 2. São Paulo, 2003. v. 1. p. 41-50. Disponível em: http://www.ileel.ufu.br/guifromm/wp-content/uploads/2014/05/dicionariosemsaladeaula.pdf. Acesso em: 07 mar. 2024.
GAMA, F. J. da. Iconographia dos signaes dos surdos-mudos. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de E. & H. Laemmert, 1875.
HOUAISS, A. Pequeno dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Moderna, 2015.
QUADROS, R. M. de; KARNOPP, L. Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegras: ArtMed, 2004. DOI https://doi.org/10.18309/anp.v1i16.560
ROCHA, S. M. da. O INES e a educação de surdos no Brasil. Rio de Janeiro: INES, 2008. 140 p.
SALLES, H. M.; FAULSTICH, E; CARVALHO, O. L.; RAMOS, A. A. L. Ensino de Língua Portuguesa para Surdos: caminhos para a prática pedagógica. Brasília: MEC, 2005. v. 2. (Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos).
TUXI, P. Proposta de organização de verbete em glossários terminológicos bilíngues - Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 35, número especial 2, p. 557-588, jul./dez. 2015. DOI https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35nesp2p557
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Gilmar Garcia Marcelino, Renata Rodrigues de Oliveira Garcia, Andréa dos Guimarães de Carvalho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
CC BY-NC-ND 4.0: Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.