Humor em tempos de cólera
O humor como discurso de resistência à tentativa de legitimação do golpe civil-militar de 1º de abril de 1964
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36nEsp-2020-6Palavras-chave:
Humor, Resistência, Ditadura, Legitimação, DiscursoResumo
Pretendemos com este artigo mostrar como o humor funcionará como instrumento e prática discursiva de resistência contra o golpe de 1º de abril de 1964 e sua tentativa de legitimação logo em seus primeiros momentos. Este visava retratar-se como legalista, defensor da democracia, dos direitos individuais e de detentor de uma suposta “moral” incorruptível, enquanto silenciava seus opositores, praticava atos de violência e desrespeito aos direitos humanos, deturpava as leis, a Constituição e as instituições, além de praticar e incentivar atos de corrupção. Coube, em grande parte, ao humor desmistificar esse discurso golpista e ser consumido e reapropriado por grande parte da população brasileira, vide sua alta tiragem e reprodutibilidade, como ato de resistência. Analisaremos, neste artigo, tanto o discurso humorístico, quanto o discurso oficial, em grande parte proveniente da grande imprensa.
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