Pátria, nação e autoritarismo
O discurso do Punk Rock brasileiro sobre a Ditadura Civil-Militar (1964 – 1985)
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36nEsp-2020-4Palavras-chave:
Análise de Discurso, Punk Rock, Ditadura Civil-MilitarResumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar o discurso do Punk Rock brasileiro sobre a Ditadura Civil-Militar (1964–1985) a partir dos princípios e procedimentos do campo de pesquisas da Análise de Discurso materialista. Tomam-se as canções Anistia e Não questione (Pior que antes, 1988) dos Garotos Podres, Anos 70 (Cenas de um novo país, 1990) da banda 365, e Pátria Amada (Adeus carne, 1987) dos Inocentes, que foram lançadas após 1985 e que apresentam em sua constituição formulações que remetem a práticas discursivas como o patriotismo-nacionalismo. No procedimento de análise, realizou-se a seleção de recortes de sequências discursivas que apresentam uma recorrência de palavras e expressões como “amor à pátria” e “nação”. A análise dos recortes discursivos mostrou que são produzidos efeitos de crítica e denúncia nas canções, em relação ao período autoritário, a partir da ressignificação de enunciados inscritos, contraditoriamente, em redes de memórias da ditadura e da arte.
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