A era das chacinas

A necropolítica brasileira e sua expressão na cultura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v36nEsp-2020-3

Palavras-chave:

Seletividade da Justiça, Rap, Democracia, Discurso de Resistência, Necropolítica

Resumo

O artigo consiste em uma análise da violação de um dos direitos constitucionalmente previstos e o discurso de resistência a esta situação contido no rap “A era das Chacinas”, que denuncia o desacato ao direito à vida. Para tanto, foram mobilizados os conceitos de intelectual orgânico e hegemonia (GRAMSCI, 1995); necropolítica (MBEMBE, 2018); e a desigualdade jurídica em sua prática (KANT DE LIMA, 2009). Além disso, foram considerados os procedimentos metodológicos para a utilização de músicas como fontes históricas (NAPOLITANO, 2002). Sendo assim, o artigo, a partir da música de Eduardo Taddeo, tem por objetivo revelar uma forma de discurso de resistência contra a realidade violenta brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nathalia Silva Mourão, Fundação João Pinheiro

Mestranda em Administração Pública, Fundação João Pinheiro/MG.

Vinícius Novaes Ricardo, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestrando em História Social da Cultura, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Referências

ADORNO, Sérgio. Exclusão socioeconômica e violência urbana. Sociologias, v. 4, n. 8, p. 84-135, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-45222002000200005

AGAMBEN, Giorgio. Parte 3 – O campo como paradigma biopolítico do moderno. Homo Sacer. O poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

ANISTIA INTERNACIONAL. O Estado dos Direitos Humanos no Mundo 2017/2018. Disponível em: https://anistia.org.br/wp-content/uploads/2018/02/informe2017-18-online1.pdf. Acesso em: 15 out. 2019.

GOVERNO FEDERAL. Comissão Nacional da Verdade: Relatório III (mortos e desaparecidos políticos). 2014. http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_3_digital.pdf. Acesso em: 15 out. 2019.

CONTIER, Arnaldo Daraya. Edu Lobo e Carlos Lyra: O Nacional e o Popular na Canção de Protesto (Os Anos 60). Rev. Bras. Hist. [online], v. 18, n. 35, pp.13-52, 1998. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-01881998000100002.

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário de 2018. Disponível em: http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/03/Anuario-Brasileiro-de-Seguran%C3%A7a-P%C3%BAblica-2018.pdf. Acesso em: 15 out. 2019.

GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. 9. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.

HERSCHMANN, Micael. O funk e o hip-hop invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000.

KANT DE LIMA, Roberto. Administração de Conflitos, Espaço público e cidadania uma perspectiva comparada. Civitas: Revista de Ciências Sociais (Impresso), Porto Alegre/RS, v. 1, n. 2, p. 11-16, 2001. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2001.2.73.

KANT DE LIMA, Roberto. Cultura jurídica e práticas policiais: a tradição inquisitorial. In: KANT DE LIMA, Roberto; MISSE, Michel. (Org.). Ensaio de antropologia e de direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2009. p. 39-87.

KANT DE LIMA, Roberto. Direitos Civis e Direitos Humanos: uma tradição judiciária prérepublicana?. São Paulo em Perspectiva (Impresso), São Paulo/SP, v. 18, p. 49-59, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-88392004000100007.

KANT DE LIMA, Roberto. Éticas e práticas na segurança pública e na justiça criminal. In: LIMA, Renato Sergio de; RATTON, José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de. (Org.). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. 1. ed. São Paulo/SP: Editora Contexto, 2014. v.1 , p. 471-482.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Rio de Janeiro: n-1 edições, 2018.

MISSE, Michel. Sujeição criminal. In: LIMA, Renato Sérgio; RATTON, José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Guiringhelli. (Org.). Crime, polícia e justiça no Brasil. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2014. v. 1, p. 204-212.

NAPOLITANO, Marcos. História & música: história cultural da música popular. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

NAPOLITANO, Marcos. A história depois do papel (fontes audiovisuais). In: PINSKY, Carla B. (Org.) Fontes históricas. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 254-273.

OSUMARE, Halifu. Marginalidades conectivas do Hip Hop na diáspora africana: os casos de Cuba e do Brasil. In: AMARAL, Mônica; CARRIL, Lourdes. O Hip Hop e as diásporas africanas na modernidade. São Paulo: Alameda, 2015.

ROSE, Tricia. Black noise: rap music and black culture in contemporary America. Middletown, CT: Wesleyan University Press, 1994.

SEGRETO, Marcelo. A linguagem cancional do rap. Universidade de São Paulo. 2015. 150f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade São Paulo, São Paulo, 2015.

SILVA, Rogério de Souza. A periferia pede passagem: a trajetória social e intelectual de Mano Brown. 2012. 302f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2012.

SINHORETTO, Jaqueline. A justiça perto do povo: reforma e gestão de conflitos. São Paulo: Alameda, 2011.

SOLEDADE, Alisson Cruz. Recepção e conflito: O videoclipe 'Isso aqui é uma guerra' do Facção Central e a diversidade de classificações. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA, MEMÓRIA, ORALIDADE E CULTURAS, 3., 2016, Fortaleza. Anais... Fortaleza: s.e., 2016.

WACQUANT, Loic. Da escravidão ao encarceramento em massa. New Left Review, Londres, n. 13, p. 41-60, jan/fev. 2002.

WACQUANT, Loic. O lugar da prisão na nova administração da pobreza. Novos Estudos – CEBRAP, n. 80, p. 9-19, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-33002008000100002.

Downloads

Publicado

2020-11-25

Como Citar

SILVA MOURÃO, N.; RICARDO, V. N. A era das chacinas: A necropolítica brasileira e sua expressão na cultura. Letras & Letras, Uberlândia, v. 36, n. especial, p. 30–51, 2020. DOI: 10.14393/LL63-v36nEsp-2020-3. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/51405. Acesso em: 26 jul. 2024.