Marcação/não marcação das formas de tratamento tú, vos e usted via planos discursivos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DLv17a2023-14

Palavras-chave:

Planos discursivos, Princípio de marcação, Formas de tratamento, Tú, vos e usted, Peças teatrais

Resumo

O objetivo deste artigo é o de apresentar uma análise funcional, em peças teatrais, do começo do século XX, aplicada ao percentual de frequência de uso das formas de tratamento , vos e usted no espanhol argentino e uruguaio, com foco nos planos discursivos (figura, fundo 1 e 2) e no princípio funcional da marcação. Para esta pesquisa, utilizou-se como referencial teórico, os estudos de Givón (1990, 1991, 1995), Hopper (1979), Hopper e Thompson (1980) e Chedier (2007). Em relação aos resultados, nas peças argentinas, para figura, a forma vos apresentou um percentual de 49,38%. Por outro lado, para fundo 1 e fundo 2, no uso de usted, obteve-se 46,15% e 67,83%, respectivamente. No caso do Uruguai, ocorreu o predomínio da forma , nos três planos discursivos, com 66,02% para figura, 100% para fundo 1, e 85,71% para fundo 2. Espera-se, com este estudo, contribuir para ampliar as discussões sobre as formas de tratamento e os planos discursivos, pelo viés funcional, e, assim, oportunizar novas possibilidades de análise e possíveis desdobramentos de cunho teórico-analítico.    

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Valdecy Oliveira Pontes, UFC

Doutorado em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (2012) e pós-doutorado em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (2014). Professor do PPGLing e da graduação em Letras-Espanhol na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Ricardo Freire da Silva, UFC

Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Ceará.

Referências

ANDIÓN HERRERO, M. A. Las variedades del español en América: una lengua y diecinueve países. Brasilia: Consejería de Educación de la Embajada de España, 2004.

BEHARES, L. E. Estudio sociodialectológico de las formas verbales de segunda persona en el español de Montevideo. In: ELIZAINCÍN, A. (ed.). Estudios sobre el español del Uruguay. Montevideo: Universidad de la República, 1981. p. 27 – 49.

BERTOLOTTI, V.; COLL, M. Apuntes sobre el español en el Uruguay: historia y rasgos caracterizadores. Revista de Estudios de Ciencias Sociales y Humanidades. p. 31-40, n. 16, 2006.

BROWN, R.; GILMAN, A. The pronouns of power and solidarity. In: PAULSTON, C. B.; TUCKER, G. R. (ed.) Sociolinguistics. The Essencial Readings. United Kingdom: Blackwell, 2003 [1960]. p. 156-176.

CAMPOS, S. N.; RODRIGUES-MOURA, E. ¿Formal o Informal? He ahí la cuestión... las formas de tratamiento en las clases de E/LE para alumnos brasileños. ASELE, Actas IX, 1998. Disponível em: http://goo.gl/PVVz1N. Acesso em: 12 fev. 2021.

CARRICABURO, N. El ustedeo, un fenómeno que avanza en la Argentina. In: HUMMEL, M.; KLUGE, B.; VÁSZQUEZ LASLOP, M. E. (org.). Formas y fórmulas de tratamiento en el mundo hispánico. México, D. F.: El Colegio de México, Centro de Estudios Lingüísticos y Literarios, 2010. p. 887-900.

CARRICABURO, N. Las fórmulas de tratamiento en el español actual. Madrid: Arco Libros, S.A., 1997. 83 páginas. (Cuadernos de Lengua Española)

CEZARIO, M. M.; MARQUES, P. M.; ABRAÇADO, J. Sociofuncionalismo. In: MOLLICA, M. C.; FERRAREZI JR, C. Sociolinguística, sociolinguísticas: uma introdução. São Paulo: Editora Contexto. 2016, p. 45-61.

CHEDIER, C M. Perfil de figura/fundo em crianças com e sem queixas escolares. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Curso de Pós-graduação em Linguística, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

COUTO, L. R.; KULIKOVSKI, Z. M. El voseo argentino y el voseo chileno: diferencias sociolingüísticas e conversacionales a través de diálogos cinematográficos y textos en internet. In: COUTO, L. R.; LOPES, C. R. dos S. As formas de tratamento em português e em espanhol: variação, mudança e funções conversacionais. Niterói: Editora da UFF, 2011. P. 497-531.

CUNHA, M. A. F. da et al. Linguística funcional centrada no uso: conceitos básicos e categorías analíticas. In: CEZARIO, M. M.; CUNHA, M. A. F. da (org.). Linguística centrada no uso: uma homenagem a Mário Martelotta. Rio de Janeiro: Mauad X/FAPERJ. p. 13-40.

DUBOIS, S.; VOTRE, S. J. Análise modular e princípios subjacentes do funcionalismo linguístico: à procura da essência da linguagem. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994.

DUBOIS, S.; VOTRE, S. J. Análise modular e princípios subjacentes do funcionalismo linguístico. In: VOTRE, S. J. (org.). A construção da gramática. Niterói, RJ: Universidade Federal Fluminense, 2012. p. 39-67.

GIVÓN, T. Syntax: a functional-typological introduction. v. 2. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 1990. DOI https://doi.org/10.1075/z.50

GIVÓN, T. Functionalism and grammar: a prospectus. New York, University of Oregon, 1991. 167 p.

GIVÓN, T. Verbal Inflections: Tense, Aspect, Modality and Negation. In: English Grammar: a functional-based introduction. Amsterdam/ Philadelphia, John Benjamins Publishing Co., vol. I e II, 1995.

HOPPER, P. Aspect and foregrounding in discourse. In: GIVÓN, T. (org.) On understanding grammar. New York: Academic Press, 1979. DOI https://doi.org/10.1163/9789004368897_010

HOPPER, P.; THOMPSON, S. Transitivity in Grammar and Discourse. Language, v. 56, n. 2, p. 251-299, 1980. DOI https://doi.org/10.1353/lan.1980.0017

MAMBRINI, E. Teatro e Variação: a colocação pronominal em duas versões de A viúva Pitorra, de João Simões Lopes Neto. 2004. 195p. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2004.

MARCHUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. et. al. (org.). Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola, 2010. p. 19-38.

MATTE BON, F. Gramática comunicativa del español. Tomo 1 – De la lengua a la idea. Madrid: Edelsa, 2008.

PEZATTI, E. G. O Funcionalismo em Linguística. MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (org.). Introdução à linguística: fundamentos epistemológicos, v. 3, São Paulo: Cortez, 2004.

PONTES, V. de O. O pretérito imperfeito do indicativo e as perífrases imperfectivas de passado em contos literários escritos em espanhol: um estudo sociofuncionalista. 2012. 265p. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, 2012.

PONTES, V. de O. A correlação entre as formas verbais imperfectivas e os planos discursivos sob a ótica da marcação e do processo de gramaticalização. Calidoscópio, v. 14, p.184-198, 2016. DOI https://doi.org/10.4013/cld.2016.142.01

RINCÓN, L. A. Voseo, el otro castellano de América. Rhela, vol. 14, p. 267 – 288, 2009.

RYNGAERT, J. P. Introdução à análise do teatro. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 192p.

SILVA, R. F. Análise sociofuncional das formas de tratamento tú, vos e usted em obras teatrais argentinas e uruguaias no início do século XX. 2021. 118p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, 2021.

SILVEIRA, E. O aluno entende o que se diz na escola. Rio de Janeiro: Dunya, 1997.

UBERSFELD, A. Para ler o teatro. Tradução de José Simões (coord.). São Paulo: Perspectiva 2005.

Downloads

Publicado

08.03.2023

Como Citar

PONTES, V. O.; SILVA, R. F. da. Marcação/não marcação das formas de tratamento tú, vos e usted via planos discursivos. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 17, p. e1714, 2023. DOI: 10.14393/DLv17a2023-14. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/67784. Acesso em: 22 jul. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)