A inovação antroponímica na Bahia dos séculos XIX, XX e XXI

uma interface entre Antroponomástica e Morfologia Histórica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL46-v15n2a2021-5

Palavras-chave:

Onomástica, Antroponomástica, Inovação antroponímica, Morfologia histórica

Resumo

Este artigo tem como objetivo traçar um panorama histórico da inovação antroponímica no Brasil por meio da análise de dados de pesquisas que abordaram os usos de antropônimos no estado da Bahia, nos séculos XIX, XX e XXI. A comparação entre os dados de pesquisas, como as de Rodrigues (2016; 2019), Cunha e Souza (2017), Lopes e Soledade (2018), Simões Neto e Soledade (2018), Conceição (2018) e Soledade e Simões Neto (2020), permite entender a frequência do fenômeno inovador, observando se há incremento deste no decorrer dos anos. O trabalho também vislumbra uma caracterização morfológica dos prenomes encontrados, tendo como aporte teórico o modelo da Morfologia Construcional (BOOIJ, 2010; GONÇALVES, 2016). Os resultados apontam para um crescimento vertiginoso da inovação antroponímica, a partir da segunda metade do século XX, e para a fixação de um padrão biformativo que se revela recorrente desde os primeiros casos de nomes inovadores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Juliana Soledade, Universidade de Brasília; Universidade Federal da Bahia

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é Professora Categoria Associado, da Universidade Federal da Bahia, em exercício na Universidade de Brasília . Docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Língua e Cutura (UFBA) e Programa de Pós-Graduação em Linguística (UnB).  

Letícia Santos Rodrigues, USP

Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa, da Universidade de São Paulo. Atualmente, cursa o doutorado no mesmo programa, recebendo bolsa FAPESP, processo nº 2019/20331-8
 

Natival Almeida Simões Neto, UEFS

Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura, da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, está como Professor substituto na Universidade Estadual de Feira de Santana e realiza estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Referências

ALMEIDA, A. A. D.; LOBO, T.; SOLEDADE, J. Projeto Todos os Nomes: análise sócio-histórica, mórfico-semântica e etimológica da antroponímia baiana. Salvador: UFBA, 2003.

ALVES DE SOUZA, J. M. Nomes sociais de pessoas transgêneros e nomes artísticos de drag queens do estado de Rondônia: questões de identidade linguística e de gênero. 204f. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras) ‒ Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2019.

ARTHUR, W. An Etymological Dictionary of Family and Christian Names With an Essay on their Derivation and Import. New York: Sheldon. Blakeman, 1857.

BENFICA DA SILVA, V. O cruzamento vocabular formado por antropônimos: análise morfológica e fonológica. 184f. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas/Língua Portuguesa) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

BOOIJ, G. Construction Morphology. Oxford: Oxford University Press, 2010. DOI https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199695720.013.0010

CASTRO, I. A atribuição do nome próprio no espaço luso-brasileiro: dados paulistas. In: BOULLÓN AGRELO, A. I.; KREMER, D. Novi te ex nomine: estudos filolóxicos oferecidos ao Prof. Dr. Dieter Kremer. [A Coruña]: Fundación Pedro Barriéde la Maza, 2004. p. 245-256.

CASTRO, I. Mais sobre antroponímia luso-brasileira: dados cariocas. In: MARQUES, M. A.; KOLLER, E. (ed.). Ciências da Linguagem: 30 anos de investigação e ensino. Braga: Universidade do Minho, 2005. p. 45-52.

CONCEIÇÃO, D. da S. Galicismos antroponímicos e neologismos com formativos de origem francesa: olhares para o léxico de Salvador e de Feira de Santana-BA. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras: Português/Francês) – Departamento de Letras e Artes, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2018.

CUNHA e SOUZA, H. F. Arlindos e negros: o nome próprio em uma irmandade de cor na Bahia dos séculos XIX e XX. 2017. Tese (Doutorado em Língua e Cultura) ‒ Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2017.

FÖRSTEMANN, E. Altdeutsches Namenbuch. Bonn: Hanstein, 1900.

GONÇALVES, C. A. Morfologia construcional: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2016. DOI https://doi.org/10.7476/9788523218591.0003

GUÉRIOS, R. F. M. Dicionário etimológico de nomes e sobrenomes. 3. ed. São Paulo: Ave Maria Ltda, 1981.

LOPES, M. dos S.; SOLEDADE, J. Antroponímia, história e cultura: os nomes próprios personativos em documentos paroquiais baianos do século XIX. In: SANTOS, E. S. dos; ALMEIDA, A. A. D.; SIMÕES NETO, N. A. (org.). Olhares sobre o léxico: perspectivas de estudo. Salvador: EdUNEB, 2018. p. 141-168.

LOPES, M. dos S.; RODRIGUES, L. S.; SOLEDADE, J. O legado germânico na antroponímia neológica do português do Brasil. In: Estudos Linguísticos e Filológicos Oferecidos a Ivo Castro. 1 ed. Lisboa: Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, 2019, v. 1, p. 1417-1446. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/jspui/handle/10451/39619. Acesso em: 20 jul. 2020.

MACHADO, J. P. Dicionário onomástico etimológico da língua portuguesa. Lisboa: Horizonte: Confluência, 2003. v. 2.

MARTINS, F. O nome próprio: da gênese do eu ao reconhecimento do outro. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1984.

MOLINARI, E. L. O mundo romano e as invasões germânicas. Principia, Rio de Janeiro, n. 18, p. 16-25, 2009. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/principia/article/view/8153/5934. Acesso em: 22 jun. 2020.

MONTEIRO, J. L. Morfologia portuguesa. Campinas: Pontes, 2002.

NASCENTES, A. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1952.

PALMA, R. da; TRUZZI, O. M. S. Renomear para recomeçar: lógicas onomásticas no pós-abolição. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 18., 2012, Águas de Lindóia. Anais [...]. Águas de Lindóia: ABEP, 2012.

PIEL, J. M. Os nomes germânicos na toponímia portuguesa. Boletim de Filologia. Lisboa: Centro de Estudos Filológicos, 1933.

PIEL, J.-M. A antroponímia germânica na Península Ibérica. In: Estudos de lingüística histórica galego-portuguesa. Lisboa: IN-CM, 1989 [1960]. p. 129-147.

POSSIDÔNIO, P. M. de O. A criação de nomes próprios no português brasileiro: aspectos mórficos da neologia antroponímica. In: SEMINÁRIO ESTUDANTIL DE PESQUISA, 2007, Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2007. p. 1-11.

REANEY, P. H.; WILSON, R. M. A Dictionary of English Surnames. 3. ed. London; New York: Routledge, 2006. DOI https://doi.org/10.4324/9780203993552

RODRIGUES, L. S. Neologia antroponímica: o que os nomes de origem germânica têm a nos dizer? 2019. 2 tomos. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

RODRIGUES, L. S. Neologismos antroponímicos com base na utilização de formativos germânicos no Brasil. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

RODRIGUES, L. S.; SOLEDADE, J. Germanismos e a contribuição para a antroponímia brasileira. Revista Hyperion, Salvador, n. 8, p. 75-90, 2016. Disponível em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistahyperion/article/view/17018/11379. Acesso em: 22 jun. 2020.

SIMÕES NETO, N. A.; RODRIGUES, L. S. A neologia e os processos genolexicais em antropônimos brasileiros: um breve mapeamento de estudos realizados. Mandinga: revista de estudos linguísticos, [s.l.], v. 1, n. 2, p. 110-127, 2017. Disponível em: http://www.revistas.unilab.edu.br/index.php/mandinga/article/view/33. Acesso em: 28 jul. 2020.

SIMÕES NETO, N. A.; SOLEDADE, J. Nomes masculinos X-son na antroponímia brasileira: uma abordagem morfológica, histórica e construcional. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 26, n. 3, p. 1295-1350, 2018. Disponível em: http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/12678/pdf_1. Acesso em: 18 fev. 2019. DOI https://doi.org/10.17851/2237-2083.26.3.1295-1350

SOLEDADE, J. A antroponímia no português arcaico: aportes sobre a sufixação em nomes próprios personativos. In: LOBO, T. et al. (org). Rosae: linguística histórica, história das línguas e outras histórias. Salvador: EDUFBA, 2012. p. 323-336.

SOLEDADE, J. A hipótese da prevalência de construções biformativas em processos concatenativos e não concatenativos na formação de antropônimos neológicos no Brasil. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 61, p. 30-48, 2018. DOI https://doi.org/10.9771/ell.v0i61.27588

SOLEDADE, J. Origens e estruturação histórica do léxico antroponímico do português brasileiro. Macabéa – Revista Eletrônica do NETLLI, Crato, v. 8, n. 2, p. 411-452, 2019. DOI https://doi.org/10.47295/mren.v8i2.1954

SOLEDADE, J.; SIMÕES NETO, N. A. Uma abordagem construcional da antroponímia brasileira em perspectiva histórica. In: BATISTA DE SOUZA, R.; BORGES, R.; ALMEIDA, I. S. de; SOUZA, D. de. (org.). Filologia em diálogo: descentramentos culturais e epistemológicos (Anais do IX Seminário de Estudos Filológicos). Salvador: Memória e Arte, 2020. p. 386-402.

TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Tradução de Celso Ferreira da Cunha. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1998.

TRAUGOTT, E. C.; TROUSDALE, G. Constructionalization and Constructional Change. Oxford University Press: Oxford, 2013. DOI https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199679898.001.0001

WHITE, J. T. Latin Suffixes. London: Longmans, Green & Co, 1858.

Publicado

29.12.2020

Como Citar

SOLEDADE, J.; SANTOS RODRIGUES, L.; SIMÕES NETO, N. A. A inovação antroponímica na Bahia dos séculos XIX, XX e XXI: uma interface entre Antroponomástica e Morfologia Histórica. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 15, n. 2, p. 371–404, 2020. DOI: 10.14393/DL46-v15n2a2021-5. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/57065. Acesso em: 26 jul. 2024.