Morfologia Construcional e alguns desafios para a análise de dados históricos da língua portuguesa

Autores

  • Natival Almeida Simões Neto

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL30-v11n3a2017-2

Palavras-chave:

Teoria linguística, Morfologia Construcional, Linguística Cognitiva, Linguística Histórica

Resumo

A Morfologia Construcional é um modelo proposto pelo linguista holandês Geert Booij (2010, 2014), e que tem despontado nas análises morfológicas, dentro de uma perspectiva semântica que se aproxima de alguns pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva. Autores brasileiros, como Soledade (2013) e Gonçalves e Almeida (2014), fizeram aplicações do modelo booijiano para a língua portuguesa, salientando que, apesar de alguns avanços, há questões que precisam ser aprimoradas. O artigo que ora se apresenta segue os passos dessas leituras críticas anteriores, a que se somam as observações de Simões Neto e Soledade (2015) e Soledade (2017a, 2017b, ambos no prelo), reforçando que há muitos desafios no tratamento de dados do português, sobretudo nas questões relativas à Linguística Histórica, tanto no sentido da mudança linguística, quanto para a descrição/interpretação do português arcaico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Natival Almeida Simões Neto

Graduado em Letras Vernáculas/Licenciatura (2010-2014) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente, é mestrando do Programa de Pós-graduação em Língua e Cultura (UFBA), desenvolvendo a pesquisa "O morfema -eir- do latim ao português arcaico: uma abordagem cognitivista", dentro do Grupo de Estudos Cognitivos (GESCOG), vinculado ao PROHPOR - Programa Para a História da Língua Portuguesa.Tem experiência na área de Estudos em Língua Portuguesa, já tendo atuado nas áreas de Sintaxe diacrônica do português e Formação de palavras em língua portuguesa. Tem interesse nas áreas de Onomástica, Semântica, Morfologia e Léxico em Perspectiva Histórica ou Sincrônica.

Referências

ARONOFF, M. Word formation in generative grammar. Cambridge: Mit Press, 1976.

BASÍLIO, M. O papel da metonímia na morfologia lexical. In: Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. 9, pp. 99-117, 2011.

BASÍLIO, M. O fator semântico na fluidez substantivo/adjetivo em português. IN: HEYE, J. (Org.). Flores verbais. Rio de Janeiro: 34/Nova Fronteira, 1995, p. 177-192.

BASÍLIO, M. Re-estudo de agentivos. Comunicação apresentada no VI Encontro Nacional de Linguistica. Rio de Janeiro: PUC-RJ, 1981.

BASÍLIO, M. Estruturas lexicais do português: uma abordagem gerativa. Petrópolis: Vozes, 1980.

BLANK, A. Polysemy in the lexicon and in discourse. Polysemy. In: NERLICH, B.; TODD, Z.; HERMAN, V.; CLARKE, D.D. (Eds). Flexible patterns of meaning in mind and in language. Berlin/New York: Mouton de Gruyter, 2003, pp. 267-296. https://doi.org/10.1515/9783110895698.267

BOOIJ, G. Inheritance and motivation in Construction Morphology. In: GISBORNE, N.; HIPPISLEY, A. (Eds). Defaults in morphological theory. Oxford: Oxford University Press, 2014, p. 1-29 [to appear]. Disponível em: https://geertbooij.files.wordpress.com/2014/02/booij-2015-inheritance-issues-in-construction-morphology-feb-2014.pdf. Acesso em: 18 jan. 2017.

BOOIJ, G. Construction Morphology. Oxford: Oxford University Press, 2010.

BOTELHO, L. S. Uma abordagem sociocognitiva das construções agentivas em X-eiro. In: MIRANDA, N. S.; SALOMÃO, M. M. (Orgs). Construções do português do Brasil: da gramática ao discurso. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009, pp. 178-201.

CÂMARA JR., J. M. História e estrutura da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Padrão, 1975.

CÂMARA JR., J. M. Estrutura da língua portuguesa. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 1970.

CASTILHO, A. de. Análise multissistêmica da sentença matriz. In: PAIVA, V. L. M. de O. e; NASCIMENTO, M. do. (Orgs.). Sistemas adaptativos complexos. São Paulo: Pontes, 2011, p. 35-60.

CASTILHO, A. de. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.

SILVA, C. C. C. da. A parassíntese em português: as relações entre cultura, léxico e frequência na linguística cognitiva. 2012. 234 f. Dissertação (Mestrado em Letras) — Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

ELSON, B.; PICKETT, V. Introdução à Morfologia e à Sintaxe. Tradução de Aryon Rodrigues e outros. Petrópolis: Vozes, 1973.

GOLDBERG, A. E. Constructions: a construction grammar approach to argument structure. Chicago: University of Chicago Press, 1995.

GONÇALVES, C. A. V. Morfologia Construcional: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2016.

GONÇALVES, C. A. V.; ALMEIDA, M. L. Morfologia Construcional: principais ideias, aplicação ao português e extensões necessárias. Alfa. São Paulo, 58 (1), p. 165-193, 2014.

JACKENDOFF, R. The architecture of the language faculty. Cambridge Mass.: MIT Press, 1997.

JACKENDOFF, R. Morphological and semantic regularities in the lexicon. Language, vol. 51, n° 3, p. 639-671, 1975. https://doi.org/10.2307/412891

MARINHO, M. A. F. Questões acerca das formações X-eiro do português do Brasil. 2004. Dissertação de Mestrado em Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Letras.

PERINI, M. Gramática descritiva do português. São Paulo: Editora Ática,1995.

PINKER, S. Words and rules. New York: Basic Books, 1999.

PLAG, I. Syntactic category information and the semantics of derivational morphological rules. Folia Linguistica, n 38, p. 193-225, 2004. https://doi.org/10.1515/flin.2004.38.3-4.193

RIO-TORTO, G. M. Morfologia derivacional: Teoria e aplicação ao português. Porto: Porto Editora, 1998.

SAID ALI, M. Gramática histórica da língua portuguesa. 7 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1964.

SIMÕES NETO, N. A. Um enfoque construcional sobre as formas X-eir-: da origem latina ao português arcaico. 2016. 655 p. 2 tomos. Dissertação (Mestrado em Língua e Cultura) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

SIMÕES NETO, N. A.; SOLEDADE, J. Um enfoque da Morfologia Construcional sobre as formações X-ário no português arcaico. Pontos de interrogação, v. 4, n. 2, p. 143-171, 2015.

SOLEDADE, J. Por uma abordagem cognitiva da morfologia: revisando a morfologia construcional. In: DOMINGUES ALMEIDA, A. A.; SANTANA DOS SANTOS, E. Livro do I CISCOG – Congresso Ibero-americano de Semântica Cognitiva. 2017a. [no prelo], p. 1-31.

SOLEDADE, J. De pecadores a sabedores: agentes de –dor no Livro das Aves. In: DOMINGUES ALMEIDA, A. A.; LOPES, M. dos S. Livro em homenagem aos 50 anos da edição do Livro das Aves. 2017b. [no prelo], p. 1-25.

SOLEDADE, J. Experimentando esquemas: um olhar sobre a polissemia das formações [[X – EIR]N] no português arcaico. Revista Diadorim / Revista de Estudos Linguísticos e Literários do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, número especial, p. 83-111, 2013.

SOLEDADE, J. Semântica morfolexical: contribuições para a descrição do paradigma sufixal do português arcaico. 2005. 575 f. 2 tomos. Tese de Doutoramento em Letras, área de Linguística Histórica. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005.

VALENZUELA, J.; IBARRETXE-ANTUÑANO, I.; HILFERTY, J. La Semántica Cognitiva. In: IBARRETXE-ANTUÑANO, I.; VALENZUELA, J. (Eds). Lingüística Cognitiva. Barcelona: Anthropos, 2012, p.34-60.

Downloads

Publicado

06.06.2017

Como Citar

SIMÕES NETO, N. A. Morfologia Construcional e alguns desafios para a análise de dados históricos da língua portuguesa. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 3, p. 468–501, 2017. DOI: 10.14393/DL30-v11n3a2017-2. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/36837. Acesso em: 26 jul. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)