Mulheres, por onde caminham?

O gênero social na nomeação de logradouros públicos em Porto Nacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/Lex-v7a2021/22-5

Palavras-chave:

Toponímia Urbana. Toponímia Feminina. Gênero. Porto Nacional.

Resumo

O topônimo é um signo linguístico de caráter motivado. Os fatores históricos de uma comunidade e as mentalidades individual e coletiva servem de motivação toponímica. Esta pesquisa é resultado de um estudo da toponímia urbana do Município de Porto Nacional do Estado do Tocantins. O objetivo deste trabalho é analisar os nomes dos logradouros públicos, homenageados com nomes próprios femininos, da região histórica e central de Porto Nacional. Os dados analisados basearam-se em uma abordagem mista quantiqualitativa. Foram catalogados um total de 441 topônimos. Entre eles, 94 são antropônimos masculinos, sendo apenas 13 femininos. Os resultados apontaram que as mulheres portuenses foram pouco creditadas como força construtiva no momento da nomeação dos logradouros públicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Franciele Rodovalho Ferreira, UFT

Mestre em Letras pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Karylleila Santos Andrade, UFT

Graduação em Letras pela Universidade do Tocantins, Mestrado e Doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo

Referências

ALVES, B. M.; PITANGUY, J. O que é o Feminismo. 8. ed. São Paulo: Abril Cultura/Brasiliense, 1985. 77 p.

ANDRADE, K. dos S. Atlas toponímico de origem indígena do estado do Tocantins: Atito. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2010. 240 p.

ARAÚJO, C. M. de. A representação da Mulher e as Questões de Gênero na Toponímia Urbana de Caicó- RN. 2013. 194 f. Dissertação (Mestre em História) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2013.

BEAUVOIR, S. de. O Segundo Sexo: a experiência vivida. 2. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967. 499 p.

BRESSANIN, C. A Ordem Dominicana nos Sertões do Norte: entre missões, desobrigas, construções e projetos educativos em Porto Nacional. Palmas: Nagô Editora, 2017. 220 p.

CIOATO, F. B. Os nomes do município de São Marcos: linhas, comunidades, bairros e ruas. 2012. 104 f. Dissertação (Mestrado em Letras, Cultura e Regionalidade) – Pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Letras, Cultura e Regionalidade, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, 2012.

DICK, M. V. de P. do A. A motivação toponímica e a realidade brasileira. São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo, 1990.

DOURADO, B. B. Educação no Tocantins: Ginásio Estadual de Porto Nacional. 2010. 312 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, UFG (Universidade Federal de Goiás), Goiânia – GO, 2010.

FARIA, G. da C. dos S. Tradição e memória: um estudo antroponímico dos nomes de logradouros da cidade de Ponte Nova - Minas Gerais. 2017. 686 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Federal de Minas Gerais, MG, 2017.

FERREIRA, F. R. A figura da mulher na toponímia urbana do município de Porto Nacional (TO). 150 f. Dissertação (Mestre em Letras) – Programa de Pós-graduação em Letras, campus de Porto Nacional. Universidade Federal do Tocantins, Porto Nacional, TO, 2019.

FLEURY, B. Quatro décadas da morte de Gercina Borges Teixeira. DM/Opinião, Goiânia, 16. fev. 2016. Disponível em: http://www.dm.com.br/opiniao/2016/02/quatro-decadas-da-morte-de-gercina-borges-teixeira.html. Acesso em: 14 abr. 2019.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUGEYROLLAS-SCHWEBEL, D. Movimentos feministas. In: HIRATA, H. et al. (org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora UNESP, 2009. p. 144-153.

HOUGH, C. Names and Naming. Oxford, United Kindom: Oxford University Press, 2016.

GODINHO, D. História de Porto Nacional. [S./l.]: [S./ed.], 1988.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico de Porto Nacional (2018). Disponível em: https://www.ibge.gov.br/ Acesso em: 14 abr. 2019.

LOURO, G. L. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, M. (org.). História das mulheres no Brasil. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2004. p. 443-481.

LOURO, G. L. Gênero, Sexualidade e Educação: uma perspectiva pós- estruturalista. Editora Vozes: Petrópolis, 2003. 184 p.

MATOS, M. Movimento e teoria feminista: é possível reconstruir a teoria feminista a partir do Sul global. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, v. 18, n. 36, p. 67-92, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-44782010000200006&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 21 jul. 2019. DOI https://doi.org/10.1590/S0104-44782010000200006

MELO, P. A. G. O signo linguístico em função onomástica: nomes próprios de pessoas na toponímia municipal alagoana. Revista Interfaces, Guarapuava, v. 5, n. 2, p. 35-45, abril, 2015. Disponível em: https://revistas.unicentro.br/index.php/revista_interfaces/article/viewFile/2905/2561. Acesso em: 15 jun. 2019.

NADER, P. M. F. A sutileza da discriminação de gênero na nomenclatura dos logradouros públicos. Vitória (ES). 1970-2000. 2007. 102 f. Dissertação (Mestre em História) – Centro de Ciências Humanas e Naturais, Programa de Pós-Graduação em História Social das Relações Políticas. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, 2007.

OLIVEIRA, M. de F. Entre o sertão e o litoral: cultura e o cotidiano em Porto Nacional 1880-1910. Anápolis: Universidade Estadual de Goiás, 2010a. 128 p.

OLIVEIRA, M. de F. Portos do Sertão: cidades ribeirinhas do Rio Tocantins. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2010b. 172 p.

OSTERNE, M. S. F.; SILVEIRA, C. M. H. Relações de gênero: uma construção cultural que persiste ao longo da história. O público e o privado, Ceará, n. 19, p. 21, jan./jun., 2012. Disponível em: http://www.seer.uece.br/?journal=opublicoeoprivado&page=article&op=view&path%5B%5D=345. Acesso em: 26 jun. 2019.

PANDOLFO, M. C. Os bairros de Nova Prata: um estudo de gêneros sociais. In: XIX Encontro de jovens pesquisadores da UCS. Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, 2011. Disponível em: https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/Resumo_Maura_Coradin_Pandolfo.pdf Acesso em: 5 out. 2018.

PERROT, M. Práticas da memória feminina. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 9, n. 18, p. 9-18, 1989.

PERROT, M. As mulheres ou os silêncios da História. Trad. de Viviane Ribeiro. Bauru: EDUSC, 2005. 520 p.

PINTO, C. R. J. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003. 119 p.

PORTO NACIONAL. Secretaria de Projetos. Mapa Municipal. Porto Nacional, TO, 2018.

RAGO, L. M. Do cabaré ao lar: a autoria da cidade disciplinar: Brasil 1890-1930. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. 116 p.

RAMOS, R. T.; BASTOS, G. R. Onomástica e possibilidades de releitura da história. Revista Augustus, Rio de Janeiro, ano 15, n. 30, p. 86-92, agosto 2010. Disponível em: http://apl.unisuam.edu.br/augustus/images/edicao30/pdf/rev_aug_30_art10.pdf. Acesso em: 20 nov. 2018.

RIBEIRO, B. B. D.; MUTA, A. P. N.; SILVA, E. B. Memórias de professores portuenses (1940-1980). Porto Nacional: Pote, 2007.

ROCHA, E. S. Dinâmica do crescimento urbano na cidade de Porto Nacional (TO), Segregação socioespacial: o capital incorporador e a especulação imobiliária. 2017. 69 f. Monografia (Graduação em Geografia) – Universidade Federal do Tocantins, Câmpus Universitário de Porto Nacional (TO), Porto Nacional, TO, 2017.

SEIDE, M. S. Toponomástica e Antroponomástica: paradigma e métodos. Confluência - Revista do Instituto de Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, n. 43 e 44, p. 165-184, 2013.

SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995. Disponível em: http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/SCOTTJoanGenero.pdf. Acesso em: 8 dez. 2018.

SILVA, B. S. M. da. Representações de gênero no espaço urbano: nomeações de ruas em Londrina – PR (1981-2008). 187 f. Dissertação (Mestrado em História). Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, SP, 2013.

SILVA, B. S. M. da. As imigrantes de Londrina: uma análise hodonímica. In: V CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA, 2011. Maringá. Anais [...]. Maringá, 2011. Disponível em: http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/342.pdf Acesso em: 11 jun. 2019. DOI https://doi.org/10.4025/5cih.pphuem.0205

SOIHET, R. Violência Simbólica: saberes masculinos e representações femininas. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 5, n. 1, p. 7, jan. 1997. ISSN 1806-9584. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/12558. Acesso em: 21 jul. 2019.

TELES, M. A. de A. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1999. 167 p.

ZIRBEL, I. Estudos Feministas e Estudos de Gênero no Brasil: um debate. 2007. 212 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas – CFH, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, SC, 2007.

Downloads

Publicado

06-05-2022

Como Citar

FERREIRA, F. R.; ANDRADE, K. S. Mulheres, por onde caminham? : O gênero social na nomeação de logradouros públicos em Porto Nacional. Revista GTLex, Uberlândia, v. 7, p. e0705, 2022. DOI: 10.14393/Lex-v7a2021/22-5. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/GTLex/article/view/64539. Acesso em: 22 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos