OS PRIMÓRDIOS DA OCUPAÇÃO DE MINAS GERAIS EM MAPAS
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Resumo
O trabalho apresenta os primórdios da evolução da ocupação do território mineiro por meio de mapas históricos do
período entre, aproximadamente, 1680 e 1780. Esta ocupação teve duas vertentes: uma mais antiga do norte para o
sul ao longo do Rio São Francisco, essencialmente agrária, e a outra, em sentido contrário, a partir de São Paulo,
inicialmente para preação de índios, posteriormente para exploração de ouro. No mapa da América Meridional do italiano Coronelli, a Província de S. Cruz ou Brasile aparece dividida em 12 capitanias e é ocupada, em sua maior parte,
pela bacia do Rio São Francisco e, entre os afl uentes, aparece o Rio das Velhas (Gaibuig) até a Serra de Sabarabuçu
(Sarabassu). Com a descoberta das minas de ouro em Minas Gerais a partir dos anos 90 do séc. XVII surgiu a necessidade de mapas mais detalhados para fi ns administrativos. Entre estes se destaca a obra do Pe. Jacobo Cocleo, que
cobre o Brasil oriental atual, com destaque para o Rio São Francisco. Estão assinaladas muitas das lendárias serras,
alvos da exploração mineral, as recém descobertas minas e os principais caminhos que levavam até elas. Nas duas
margens do Rio São Francisco, da barra do Rio das Velhas à jusante, estão indicadas inúmeras fazendas, registro do
processo de ocupação agrária. No início do século XVIII, com a corrida ao ouro, também são envolvidos engenheiros
militares nos levantamentos cartográfi cos. O Mapa das Minas de Ouro e São Paulo e costa do mar que lhe pretence
representa não só o território da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, mas todo litoral e interior do Brasil entre o
sul da Bahia e Santa Catarina, registrando os primeiros núcleos urbanos mineiros. Até esta época, os cartógrafos tinham
se baseado, essencialmente, em roteiros de sertanistas e bandeirantes, às vezes acrescentando observações próprias.
Os “Padres Matemáticos” Diogo Soares e Domingos Capassi procederam a uma profunda renovação da cartografi a no
Brasil, baseando seus mapas em observações astronômicas de latitudes e longitudes, lançando assim, os alicerces para
uma cartografi a científi ca. O principal trabalho destes cartógrafos em Minas Gerais consiste em um conjunto de quatro
mapas que cobrem o território das Minas desde a Zona da Mata, no sul, até as Minas Novas e o Rio Jequitinhonha, no
norte, entre 16º 30’S e 21º 30’S. Foram cartografados, praticamente, todos os arraiais e vilas da região, registrando a
maior concentração no entorno de Vila Rica. O declínio da produção de ouro e diamantes revitalizou a importância da
cartografi a em Minas Gerais. Destacam-se os mapas de José Joaquim da Rocha e a cartografi a da Demarcação Diamantina. Observa-se nos velhos mapas a transformação do espaço incógnito para uma entidade política e sua ocupação
condicionada à ocorrência de ouro e diamantes.
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