DINÂMICA AGRÍCOLA E DESMATAMENTOS EM ÁREAS DE CERRADO: UMA ANALISE A PARTIR DE DADOS CENSITÁRIOS E IMAGENS DE RESOLUÇÃO MODERADA
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Resumo
Em torno de 39% do Cerrado, o segundo maior bioma da América do Sul, já foram convertidos em áreas de pastagem e agricultura. Em Goiás, único Estado da federação totalmente inserido no Cerrado, a situação é ainda mais preocupante, com aproximadamente 63% da vegetação natural já substituída em função da atividade agropecuária. A expectativa é de que estes desmatamentos, que continuam ocorrendo a taxas que variam de 0,21% a 0,86% ao ano, sejam ainda mais intensificados, principalmente em função da crescente demanda por biocombustíveis. Assim, neste estudo, tendo por base dados do censo agrícola IBGE para o período de 2001 a 2005, e dados de desmatamentos mapeados através do Sistema Integrado de Alerta de Desmatamentos (SIAD), a partir da comparação de imagens de resolução moderada (MODIS) obtidas em 2003 e 2004, avaliou-se a relação entre expansão agrícola e desmatamentos em Goiás; i.e. o quanto desta expansão depende e induz à abertura de novas áreas. Como os resultados demonstram, os desmatamentos detectados estão relacionados tanto aos incrementos em área agrícola observados entre 2003 e 2004 (r = 0,40 a 0,67), quanto à queles ocorridos entre 2004 e 2005 (r = 0,23 a 0,43), principalmente quando considerados os municípios mais proeminentes no âmbito do agronegócio (ex. Rio Verde). Contudo, estes desmatamentos, os quais correspondem a somente 20% e 11% da expansão agrícola para os dois períodos analisados, também estão associados a outros tipos de ocupação (ex. novas áreas de pastagens). Os resultados deste estudo, os quais serão estendidos à novas séries temporais, certamente possibilitarão uma melhor avaliação dos impactos da expansão sucroalcooleira sobre os processos de ocupação e dinâmica territorial no Estado.
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