Processos e Práticas de Alfabetização

investigação em uma escola pública de tempo integral

Autores

  • Elisabete F. E. Campos Universidade Metodista de São Paulo
  • Andreia de Souza Grava Universidade Metodista de São Paulo http://orcid.org/0000-0002-2023-0714

DOI:

https://doi.org/10.14393/OT2019v21.n.3.49803

Palavras-chave:

Políticas de alfabetização. Concepção de alfabetização. Escola de tempo integral.

Resumo

Este artigo refere-se à pesquisa qualitativa, com o objetivo de identificar os fatores presentes nos processos e práticas de alfabetização em uma escola de tempo integral de um município da Grande São Paulo. A política de tempo integral requer investimento em alfabetização, que ocorre de forma particular nas diferentes redes e escolas, o que levou a essa investigação, entrevistando a coordenadora pedagógica e professores que atuam nos três primeiros anos do ensino fundamental. As manifestações dos entrevistados, analisadas com base em teóricos da área, especialmente Freire e Ferreiro, revelaram que ainda predomina a compreensão da alfabetização como ensino de código considerado pré-requisito para o letramento, e não há trabalho coletivo para problematizar essa concepção, que se afasta dos teóricos referidos. Excluir docentes dos debates sobre políticas educacionais, somando-se à ausência de estudos teóricos articulados com as análises e reflexões de suas práticas, pode contribuir com dificuldades nos processos de alfabetização e levar à reprovação de estudantes. Nos destaques finais, apontamos os descompassos das políticas e as diretrizes anunciadas pelo atual governo, preocupado em eliminar a ideologia na educação e implantar o método fônico.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andreia de Souza Grava , Universidade Metodista de São Paulo

Mestre em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo. Graduação em Pedagogia. Membro do Grupo de Pesquisa "Políticas de Gestão Educacional e de Formação dos Profissionais da Educação". 

Referências

BRASIL. MEC. Educação integral: texto referência para o debate nacional. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa Mais Educação Passo a Passo. s/d. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/passoapasso_maiseducacao.pdf. Acesso em: 8 jul. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica – Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundação Itaú Social. Banco Mundial. Relatório de Avaliação Econômica e Estudos Qualitativos. O Programa Mais Educação. São Paulo: Fundação Itaú Social, 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria 1.144 de 10 de outubro de 2016. Institui o Programa Novo Mais Educação, que visa melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática no ensino fundamental. Brasília/DF, 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria 142 de 22 de fevereiro de 2018. Institui o Programa Mais Alfabetização. Brasília, DF, 2018.

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

FERREIRO, E. O ingresso na escrita e nas culturas do escrito. São Paulo: Cortez, 2010.

FERREIRO, E. A maior contribuição de Ferreiro, por ela mesma. Nova Escola, 3 jul. 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=y49tH8FWGT4. Acesso em: 10 nov. 2018.

FRANCO, M. L. P. B. Análise de conteúdo. 3. ed. Brasília: Liber Livro, 2008.

FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 46a. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

FREIRE, P. A importância do ato de ler em três artigos que se complementam. 49a. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MENDONÇA, O. S. de. Alfabetização: equívocos, fracassos e nova proposta. In: CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES, 11; CONGRESSO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, 1, 2011, Águas de Lindóia. Anais Por uma política nacional de formação de professores. São Paulo: UNESP; PROGRAD, 2011. p. 345-355.

SCARPA, R. L. P. O conhecimento de pré-escolares sobre a escrita: impactos de propostas didáticas diferentes em regiões de vulnerabilidade. 2014. 282 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014.

SCHREIBER, M. Governo Bolsonaro: Contra ‘ideologia’ na alfabetização, novo secretário quer guinada metodológica no ensino. BBC News Brasil, 14 jan. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46863916?SThisFB&fbclid=IwAR0GWaM-Etn0SL7zYZpxvGOZQponPazpZ-kYIcRvr7zRdgGZDL90-sS2R38. Acesso em: 14 jan. 2019.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

STAKE, R. E. Pesquisa Qualitativa: estudando como as coisas funcionam. Porto Alegre. Ed. Penso, 2011.

SZYMANSKI, H. (org.) A entrevista na pesquisa em educação: a prática reflexiva. Brasília: Liber livros, 2002.

WEISZ, T. Pontuação: gramática da legibilidade. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. MEC, 2001.

WEISZ, T. A revolução de Emília Ferreiro. Viver mente e cérebro. Emília Ferreiro: a construção do conhecimento. Coleção Memória da Pedagogia, n. 5, p. 6-13. Rio de Janeiro: Ediouro. São Paulo: Segmento-Duetto, 2005.

Downloads

Publicado

2019-10-24

Como Citar

CAMPOS, E. F. E. .; GRAVA , A. de S. . Processos e Práticas de Alfabetização: investigação em uma escola pública de tempo integral. Olhares & Trilhas, [S. l.], v. 21, n. 3, p. 503–522, 2019. DOI: 10.14393/OT2019v21.n.3.49803. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/olharesetrilhas/article/view/49803. Acesso em: 5 nov. 2024.