Vida judaica em tempos de ditadura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v36n2-2020-11

Palavras-chave:

Refugiados, Imigração judaica, Antissemitismo na Era Vargas, “Polacas”, Ficção judaico-brasileira

Resumo

Em Traduzindo Hannah, de Ronaldo Wrobel, a ação se ambienta no governo ditatorial de Getúlio Vargas, com sua obsessão por estabelecer vigilância estrita sobre todos os atos da população, inclusive a troca de correspondências, principalmente em língua estrangeira, em busca de mensagens cifradas. Para isso, é necessário convocar um especialista em ídiche. A leitura das cartas trocadas entre as irmãs Hannah e Guita leva o protagonista, ele mesmo imigrante fugido das péssimas condições impostas pela Polônia aos judeus, a aprofundar-se nas relações entre os membros da comunidade judaica do Rio de Janeiro. O artigo aborda o fluxo migratório de judeus da Europa para o Brasil nos anos 1920 e 1930, o clima de antissemitismo vigente durante a Era Vargas, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, e seus efeitos sobre a vida judaica, tais como as dificuldades criadas para a liberdade feminina, como o tráfico de escravas brancas, as “polacas”.

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Biografia do Autor

Saul Kirschbaum, Pesquisador independente

Doutor em Letras pela FFLCH/USP, Programa de pós-graduação em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas; pós-doutorado pela UNICAMP. Pesquisador independente. Interesses de pesquisa: estudos judaicos. Autor de Viagens de um caminhante solitário: ética e estética na obra de Samuel Rawet (São Paulo: Humanitas, 2011) e Presença judaica na Idade Média ibérica: a poesia laica e o idioma hebraico (São Paulo: Targumim, 2008), entre outros livros e artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais indexados

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

KIRSCHBAUM, S. Vida judaica em tempos de ditadura. Letras & Letras, Uberlândia, v. 36, n. 2, p. 218–230, 2020. DOI: 10.14393/LL63-v36n2-2020-11. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/51342. Acesso em: 22 jul. 2024.