Mário e Drummond
Reflexões sobre o som e o sentido em dois poemas
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v39-2023-36Palavras-chave:
Poesia moderna brasileira, Mem´ória, Música, Mário de Andrade, Carlos Drummond de AndradeResumo
Este artigo propõe a análise de dois poemas, “O trovador”, de Mário de Andrade, publicado em 1922 em Pauliceia Desvairada, e “Reportagem matinal”, poema de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1963, no jornal Correio da Manhã e posteriormente inserido no livro Versiprosa. As duas análises partem de preocupações que se inserem na área dos estudos literários que propõe o diálogo entre literatura e música. Ambos os poemas, cada um a seu modo, apresentam a figura do sino e propõem poeticamente um estar à escuta. Para não falar no contato e relevância dos dois poetas para o modernismo brasileiro, os poemas são postos lado a lado aqui pelo signo que os une num só artigo, haja vista a disparidade temporal em que se inserem. A partir da leitura e análise dos dois poemas percebe-se uma espécie de contágio das ressonâncias do sino na matéria poética trabalhada pelos sujeitos líricos, seja na relação simbiótica (e também conflituosa) entre o sujeito e a cidade, no caso de Mário, como nas ressonâncias sineiras no passado drummondiano que retorna, como um passado “passado a limpo”.
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