A representação artística como possibilidade de reflexão crítica sobre a catástrofe
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36n2-2020-14Palavras-chave:
Artes, Representação, Catástrofe, Trauma, MemóriaResumo
Este artigo busca estabelecer alguns dos possíveis diálogos entre representação e catástrofe. Procuraremos compreender de que forma a representação artística de uma tragédia histórica nos ajuda a reconfigurar os sentidos da própria história e das relações humanas. Veremos, então, no primeiro momento, os limites e as dificuldades que uma catástrofe impõe à representação. Discutiremos de que maneira obra de arte, evento histórico e recepção se articulam, criando uma intersecção entre eles, na qual a autonomia e as especificidades de cada uma permanecem, mas que dependem necessariamente da forma como se relacionam com os outros elementos para que a própria produção artística seja efetivada. Para isso, o presente texto está dividido em cinco momentos: 1) Introdução; 2) Limites e possibilidades da representação da catástrofe; 3) A narrativa literária como potência de vida diante de um referencial catastrófico; 4) A representação cinematográfica da catástrofe; e, por fim, 5) Representação: uma possibilidade de compreensão e de ressignificação da prática humana.
Downloads
Referências
ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Trad. Paulo Soethe. Campinas: Editora UNICAMP, 2016.
BARTHES, Roland. Crítica e verdade. São Paulo: Perspectiva, 2013.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 2016.
BRASIL, Comissão Nacional da Verdade, 2014. Disponível em: http://memoriasdaditadura.org.br/. Acesso em: 20 fev. 2020.
BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.
COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Trad. Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lexikon, 2012.
DALCASTAGNÈ, Regina. O espaço da dor. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1996.
DALCASTAGNÈ, Regina; LICARIÃO, Berttoni; NAKAGOME, Patrícia (Org.). Literatura e resistência. Porto Alegre: Zouk, 2018.
FREUD, Sigmund. Mémoire, souvenirs, oublis. Paris: Éditions Payot, 2013.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar Escrever Esquecer. São Paulo: Editora 34, 2014.
HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto – Museu de Arte do Rio, 2014.
KUCINSKI, Bernardo. K. relato de uma busca. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
NETROVSKI, Arthur; SELIGMANN-SILVA, Marcio (Org.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000.
NOSTALGIA da luz. Direção de Patricio Guzmán. Chile: Atacama productions, 2010. 1 DVD (90 min.).
PILLA, Maria. Volto semana que vem. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, 1989.
REIS, Daniel Aarão. Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
REIS, Daniel Aarão (2014). Modernização, Ditadura e Democracia: 1964-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alain François. Campinas: Unicamp, 2010.
SANTIAGO, Silviano. O narrador pós-moderno. In: SANTIAGO, Silviano. Nas malhas da letra. São Paulo: Companhia das letras, 1989. p. 38-52.
SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. Trad. Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 2003.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.