A partilha do eu como pragmática da enunciação e performance narrativa contemporânea no romance Flores Artificiais

Autores

  • Valéria Gomes Ignácio Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Maria Rosa Duarte de Oliveira Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL64-v31n1a2015-18

Palavras-chave:

Pragmática da enunciação. Partilha do eu. Máscaras de representação. Desterritorialização.

Resumo

Este trabalho analisa a estratégia narrativa que engendra o romance Flores artificiais, de Luiz Ruffato, referenciada no desenraizamento e no despertencimento que caracterizam o sujeito na contemporaneidade. O constante e irreversível deslocamento geográfico que articula as inúmeras vozes e pontos de vista presentes nas micronarrativas que compõem a obra mobiliza um narrador também em trânsito, responsável por organizar um imbricado jogo entre as personas do eu/tu e do ele/eles para construir uma nova pragmática da enunciação. Em uma travessia pontuada por máscaras de representação e desdobramento de consciências, o não-lugar de fala de personagens superpostas revela uma fragmentação não apenas do sujeito, mas também da memória, tornada imagem, e do tempo. A espacialidade impressa na estrutura narrativa sugere o estilhaçamento e a descontinuidade da experiência em seu incessante e errante movimento de significação do anonimato contemporâneo. Na busca de uma construção identitária, por meio de um projeto literário centrado na reorganização da linguagem como premissa, é a relação entre alteridades e rastros a estratégia narrativa capaz de desvelar a partilha do eu.

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Biografia do Autor

Valéria Gomes Ignácio, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Mestranda em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2013), possui especialização em Literatura pela PUC-SP (2004) e graduação em Comunicação Social - Jornalismo. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria
Literária. Atua como produtora de conteúdo e revisora na empresa Odisseia Comunicação.

Maria Rosa Duarte de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestrado em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde ministra disciplinas de Teoria Literária e Literatura Brasileira no Curso de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária.

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Publicado

2015-07-10

Como Citar

IGNÁCIO, V. G.; DE OLIVEIRA, M. R. D. A partilha do eu como pragmática da enunciação e performance narrativa contemporânea no romance Flores Artificiais. Letras & Letras, Uberlândia, v. 31, n. 1, p. 255–266, 2015. DOI: 10.14393/LL64-v31n1a2015-18. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/29236. Acesso em: 26 jul. 2024.