Italo Calvino e a tradução: ler, roubar, criar
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v32n1a2016-10Palavras-chave:
Italo Calvino, Tradução, Processos criativosResumo
O artigo procura investigar as reflexões de Italo Calvino sobre a tradução, especialmente seu posicionamento quanto à relação entre o ato de traduzir e os processos criativos. A partir da ideia de "roubo", tema de uma conversa entre o escritor e o artista Tulio Pericoli, publicada sob o título "Furtos com arte", pretende-se discutir o potencial que a tradução apresenta na obra de Calvino, sobretudo como meio de leitura e escrita: "Traduzir é o mais absoluto sistema de leitura", ele argumenta. Com esse pensamento, assumindo o epíteto de escritor-ladrão, Calvino questiona a ideia de propriedade e trata a imitação e a cópia como processos naturais e legítimos da produção criativa. Além disso, reafirma uma visão de literatura que se aproxima da concepção de "enciclopédia aberta", tal qual defendida por ele em Seis propostas para o próximo milênio, na conferência dedicada à multiplicidade.
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