A alusão

um movimento de escrever e ler em Água Viva de Clarice Lispector

Autores

  • Valdiclea Souza Universidade Estadual de Santa Cruz

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL21-v10n1a2016-12

Palavras-chave:

Alusão, Leitura-escrita, Metáfora-metonímia, Memória-discursiva, Já-dito

Resumo

Neste artigo, discutimos a alusão sob uma nova perspectiva teórica, em que ela deixa de ser uma figura de linguagem menor e assume um lugar de mediadora entre o linguístico e o discursivo. Nessas condições, a alusão constitui-se em uma estratégia de ler e escrever que permite ao leitor e ao autor um movimento ininterrupto, linear, mas também em espiral, entre o dentro e o fora. O movimento de ir, vir e devir impulsionado pela alusão possibilita a construção do sentido, quando revela, através das categorias da metáfora e da metonímia, do dito/não-dito/ausência/presença, da memória discursiva e da intertextualidade, o jogo alusivo construído pelo autor e pelo leitor em Água Viva, de Clarice Lispector, tornando-se, dessa forma, o projeto de leitura e escrita da obra, bem como é a própria metodologia do presente artigo. Assim, trazemos uma discussão ainda recente sobre o fenômeno de ler e escrever na contemporaneidade.

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Biografia do Autor

Valdiclea Souza, Universidade Estadual de Santa Cruz

Mestra em letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz - Uesc. 

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Publicado

30.03.2016

Como Citar

SOUZA, V. A alusão: um movimento de escrever e ler em Água Viva de Clarice Lispector. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 10, n. 1, p. 219–238, 2016. DOI: 10.14393/DL21-v10n1a2016-12. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/31959. Acesso em: 22 jul. 2024.