Representações sobre a escrita do TCC em memes da página TCC da Depressão

Anny Angélica de Assis Maia de Lima; Nara Karolina de Oliveira Silva; José Cezinaldo Rocha Bessa

doi:10.14393/DLv17a2023-12

Autores

Anny Angélica de Assis Maia de Lima Universidade do Estado do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0002-8659-4561
Nara Karolina de Oliveira Silva Universidade do Estado do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0001-5306-4161
José Cezinaldo Rocha Bessa Universidade do Estado do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0003-4655-6832

DOI:

https://doi.org/10.14393/DLv17a2023-12

Palavras-chave:

Escrita acadêmico-científica, TCC, Memes

Resumo

A escrita de textos acadêmico-científicos tem sido objeto crescente de avaliações, problematizações e questionamentos por parte de graduandos e pós-graduandos em diversos espaços de encontros e interações possibilitados por plataformas digitais. Direcionando nosso olhar para o universo das redes sociais digitais, objetivamos, neste trabalho, analisar representações sobre a escrita do TCC expressas em memes da página TCC da Depressão. Fundamentados em concepções do Círculo de Bakhtin sobre o funcionamento ideológico e dialógico da linguagem e em estudos que abordam a escrita de textos acadêmico-científicos, realizamos uma análise qualitativa e interpretativa de representações sobre o TCC expressas em três memes selecionados da página TCC da Depressão, no Facebook. Os resultados da análise apontaram que, a despeito de circularem em um espaço cujo propósito é o compartilhamento de impressões e apreciações valorativas sobre a experiência do TCC, os memes selecionados expressaram, também, representações negativas sobre essa experiência, associando o processo de escrita do TCC à imagem de sofrimento, de angústia, de temor e de ato de agressão. Acreditamos que, como reflexo, tais representações podem contribuir para intensificar nos estudantes inibição, procrastinação e sofrimento psicológico, quando não a desistência do curso, em vez de instaurar posturas mais proativas em relação à escrita do texto e à própria formação do estudante.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Anny Angélica de Assis Maia de Lima, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Mestra em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/ Campus Avançado de Pau dos Ferros. Professora da Educação Básica da Secretaria de Educação do Município de Itaú. Itau, RN.

Nara Karolina de Oliveira Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Doutoranda e mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/Campus Avançado de Pau dos Ferros. Docente do Departamento de Letras da Universidade Federal do Semiárido/Campus de Caraúbas.

José Cezinaldo Rocha Bessa, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Possui graduação em Letras/Língua Portuguesa e respectivas literaturas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2005), mestrado em Estudos da Linguagem, na área de concentração em Linguística Aplicada, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2007), e doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus de Araraquara. Atualmente é Professor Adjunto IV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, no Campus de Pau dos Ferros, onde atua nos cursos de graduação em Letras.

Referências

ABREU, K. F. Relações dialógicas no gênero relatório de estágio em comunidades de prática de Ensino Médio Integrado. 2021. 421f. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Pau dos Ferros, 2021.

ALVES, M. F.; MOURA, L. O. B. M. A escrita de artigo acadêmico na universidade: autoria X plágio. Ilha do Desterro, v. 69, n. 3, p. 77-93, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ides/a/K8drP4gCkYmt7XR5Jcbbsvx/?lang=pt. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8026.2016v69n3p77

AUGUSTINE, C.; BERTOLDO, E. A escrit(ur)a acadêmica e o processo de assunção ao discurso acadêmico. In: AUGUSTINE, C.; BERTOLDO, E. (org.). Incursões na escrita acadêmico-universitária: letramento, discurso, enunciação. Uberlândia, MG: EDUFU, 2017. p. 7- 19. DOI https://doi.org/10.7476/9786586084269.0001

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução do russo de Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Organização, tradução, pósfacio e notas de Paulo Bezerra; notas da edição russa de Serguei Botcharov. São Paulo: Editora 34, 2016.

BAKHTIN, M. Notas sobre literatura, cultura e ciências humanas. Organização, tradução, prefácio e notas de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2017.

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução do russo de Paulo Bezerra. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2018.

BAZERMAN, C. El descubrimiento de la escritura académica. Tradução de Natalia Ávila Reye. In: NAVARRO, F. (coord.). Manual de escritura para carreras de humanidades. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Editorial de la Facultad de Filosofía y Letras Universidad de Buenos Aires, 2014. p. 11-16.

BERNARDINO, R. A. S.; SAMPAIO, M. L. P.; PEREIRA, C. C.; SILVA, A. A. Escrita e reescrita de textos acadêmicos: reflexão sobre os apontamentos de correção do professor. Diálogo das Letras, v. 3, n. 2, p. 39–58, 2014. Disponível em: http://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/1361. Acesso em: 30 set. 2022.

BESSA, J. C. R. Dialogismo e construção da voz autoral na escrita do texto científico de jovens pesquisadores. 2016. 385f. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) — Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências e Letras (Campus Araraquara), 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/138181?show=full. Acesso em: 30 set. 2022.

BESSA, J. C. R. A dimensão valorativa em discursos sobre o uso de citações na escrita de textos científicos. Linguagem em (dis)curso, v. 17, p. 197-213, 2017. Disponível em: https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/5337. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-4017-170203-4916

BESSA, J. C. R. Quando as leituras fazem falta - a propósito da escrita científica de pós-graduandos. Debates em Educação, v. 12, n. 28, p. 312–330, 2020. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/10017. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.28998/2175-6600.2020v12n28p312-330

BESSA, J. C. R.; SILVA, N. K. O. Representações sobre a escrita científica em vídeos do Youtube. Fólio - Revista de Letras, v. 12, n. 2, 2021. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/folio/article/view/7047. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7047

BIANCHETTI, L. O processo da escrita: elementos inibidores e facilitadores. In: BIANCHETTI, L; MEKSENAS, P. (org.). A trama do conhecimento: teoria, método e escrita em ciência e pesquisa. 2. ed. São Paulo: Papirus, 2012. p. 239-265.

BRAIT, B. Análise e teoria do discurso. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006a. p. 9-31.

BRAIT, B. Uma perspectiva dialógica de teoria, método e análise. Gragoatá, n. 20, p. 47-62, 2006b. Disponível em: https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33238. Acesso em: 30 set. 2022.

BRAIT, B. Análise e teoria do discurso. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2010.

CARLINO, P. Escrever, ler e aprender na universidade: uma introdução à alfabetização acadêmica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

CRUZ, R. Bloqueio da escrita acadêmica: caminhos para escrever com conforto e sentido. Belo Horizonte: Artesão, 2020.

DINIZ, D. Carta de uma orientadora: o primeiro projeto de pesquisa. 2. ed. rev. Brasília: Letras Livres, 2013.

FARACO, C. A. Linguagem & diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Parábola Editorial, 2009.

FIORIN, J. L. Categorias de análise em Bakhtin. In: PAULA, L. de; STAFUZZA, G. (org.). Círculo de Bakhtin: diálogos (in)possíveis. Série Bakhtin – Inclassificável. Vol. 2. Campinas: Mercado de Letras, 2010. p. 33-48

FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2017.

GUERRA, C.; BOTTA, M. C. O meme como gênero discursivo nativo do meio digital: principais características e análise preliminar. Domínios de Lingu@gem, v. 12, n. 3, p. 1859-1877, 2018. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/40639#:~:text=Sobre%20a%20concep%C3%A7%C3%A3o%20de%20meme,modo%20leve%20e%20bem%2Dhumorado. 8. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.14393/DL35-v12n3a2018-17

LARA, M. T. A.; MENDONÇA, M. C. O meme em material didático: considerações sobre ensino/aprendizagem de gêneros do discurso. Bakhtiniana, v.15, n. 2, p. 185-209, 2020. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/42169. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/42169

LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Portalegre: Artes Médicas, Sul Ltda. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

LUZ, A. F.; CAIADO, R. V. R.; FONTE, R. F. L. O instagramer e seu discurso multissemiótico na rede social digital Instagram. Diálogo das Letras, v. 6, n. 2, p. 139-158, 2017. Disponível em: http://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/1021/934. Acesso em: 30 set. 2022. DOI https://doi.org/10.22297/dl.v6i2.2682

MACHADO, A. M. N. Pânico da folha em branco: para entender e superar o medo de escrever. In: BIANCHETTI, L; MEKSENAS, P. (org.). A trama do conhecimento: teoria, método e escrita em ciência e pesquisa. 2. ed. São Paulo: Papirus, 2012. p. 267-286.

MARTÍN, E. Ler, escrever e publicar no mundo das ciências sociais. Revista Sociedade e Estado, v. 33, n. 3, p. 941-961, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/JYbHYQcqG6kLHKSGmbxhHBG/?lang=pt. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-6992-2018330300en1

MEDVIÉDEV, P. N. O método formal nos estudos literários: introdução crítica a uma poética sociológica. Tradução de Sheila Grilo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Contexto, 2016.

NAVARRO, F. Géneros discursivos e ingresso a las culturas disciplinares: aportes para uma didáctica de la lectura y la escritura en educación superior. In: NAVARRO, F. (coord.). Manual de escritura para carreras de humanidades. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Editorial de la Facultad de Filosofía y Letras Universidad de Buenos Aires, 2014. p. 29-52.

PAULA, L. Círculo de Bakhtin: uma Análise Dialógica de Discurso. Revista de Estudos da Linguagem, v. 21, p. 239-257, 2013. Disponível em: http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/5099. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.21.1.239-258

PINTO, M. G. L. C. Os meandros da escrita académica. Alguns recados aos estudantes universitários. Linha D'Água, v. 31, n. 1, p. 9-27, 2018. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/133916/147279. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v31i1p9-27

RECUERO, R. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

SILVA, A. A. Memes virtuais: gênero do discurso, dialogismo, polifonia e heterogeneidade enunciativa. Travessias, v. 10, n. 3, p. 341–361, 2016. Disponível em: https://redib.org/Record/oai_articulo1102988-memes-virtuais-g%C3%AAnero-do-discurso-dialogismo-polifonia-e-heterogeneidade-enunciativa. Acesso em: 30 set. 2022.

SILVA, N. K. O. Significações sobre a atividade de orientação na pós-graduação: uma análise dialógica de comentários on-line de pós-graduandos. 2021. 288f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Letras). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Pau dos Ferros, 2021.

SILVA, E. M.; CASTANHEIRA, M. L. Práticas de letramento acadêmico: uma análise das condições de produção da escrita em cursos de graduação. Diálogo das Letras, v. 8, n. 3, p. 2–21, 2019. Disponível em: http://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/519. Acesso em: 30 set. 2022.

SEIDE, M. S. Descrição de eventos de letramento no primeiro ano de um curso de graduação: plágio, paráfrase e ensino de escrita acadêmica. Domínios de Lingu@gem, v. 12, n. 1, p. 67–91, 2018. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/38511. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.14393/DL33-v12n1a2018-3

SOBRAL, A.; GIACOMELLI, K. Observações didáticas sobre a análise dialógica do discurso – ADD, Domínios da Lingu@gem, v. 10, n.3, jul./set. 2016. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/33006. Acesso em: 30 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.14393/DL23-v10n3a2016-15

TOMANIK, E. A. Palavra (mal)escrita – palavra (mal)dita: a importância do escrever e da crítica. In: BIANCHETTI, L. (org.). Trama e texto: leitura crítica: escrita criativa. 2. ed. São Paulo: Summus, 2002. p. 213-222.

VAUTHIER, B. Auctoridade e torna-se autor: nas origens da obra do “Círculo B. M. V.” (Bakhtin, Medvedev, Volochinov). In: PAULA, L. de; STAFUZZA, G. (org.). Círculo de Bakhtin: teoria inclassificável. Série Bakhtin – Inclassificável. Vol. 1. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2010. p. 89-114.

VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. Tradução de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2017.