Inquisição Ibérica e Nazismo
Paralelos entre a legislação racial, linguagem e perseguição. Os casos de Bento Teixeira e Victor Klemperer
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36n2-2020-2Palavras-chave:
Inquisição, Nazismo, Linguagem, Leis de Exclusão, EducaçãoResumo
Este trabalho pretende refletir sobre algumas similaridades no que toca a violência à literária, à linguagem e à liberdade de expressão em dois momentos distintos: os séculos XVI e XX. Ambos presenciaram políticas de exclusão e entre eles não há coincidências de estruturas, pois foram diferentes em praticamente todas as esferas. No entanto, alguns princípios, originados no final do século XV voltaram a atacar uma parcela da população, 400 anos depois. Não pretendo realizar análises anacrônicas e transpor fenômenos de uma época à outra, mas considerar as raízes e a retomada de preconceitos e ações defendidos com argumentação similar nas duas épocas. Discorro sobre tais ideias usando, como exemplos, dois professores e escritores, Bento Teixeira e Victor Klemperer, a partir do meio em que viveram, da literatura que produziram e da resistência que apresentaram, para podermos, nos dias atuais, usar como lição e brecar o retorno cíclico de tais arbitrariedades.
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