A autocrítica como desafio ético-político de resistência no contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v36n1-2020-13

Palavras-chave:

Humanidades, Docência, Neoconservadorismo, Resistência, Micropolítica

Resumo

Centrando-se particularmente no território da Educação, o artigo tematiza os ataques que vêm sendo desferidos na atualidade contra as humanidades e aponta a necessidade de uma autocrítica como exercício ético de corresponsabilização face ao desgaste das esquerdas. Denominando como ficções do contemporâneo as ações baseadas em uma perspectiva neoconservadora em afinidade com uma ótica neoliberal que muitas vezes se atualizam sob a forma de leis, o artigo explicita iniciativas que poderiam se contrapor às referidas formulações não democráticas. O conceito de humanidades é então revisitado em suas alterações ao longo do tempo, buscando-se explicitar a ameaça que ele representa para o funcionamento do capitalismo financeiro. Finalmente, ao lado das ações que têm lugar numa dimensão macro, necessárias, mas insuficientes para a afirmação de uma perspectiva democrática, propõe-se uma reflexão sobre o plano micropolítico, com ênfase em práticas escolares de resistência que não sejam meramente reativas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Décio Rocha, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Titular do Departamento de Estudos da Linguagem do Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de janeiro.

Referências

ACSELRAD, H. Espectros do anti-intelectualismo tropical. Le Monde Diplomatique, Brasil, 21 set. 2018. Disponível em: https://diplomatique.org.br/espectros-do-anti-intelectualismo-tropical/. Acesso em: 12 jul. 2019.

BAGGIO, K. G. (2019). FUTURE-SE: o que dizer sobre o projeto do MEC para as universidades e institutos federais? Disponível em: https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/katia-gerab-baggio-o-que-dizer-do-future-se-projeto-do-mec-para-as-universidades-publicas.html. Acesso em: 21 jul. 2019.

BRASIL. Programa Future-se. Brasília: MEC, 17 jul. 2019. Disponível em: https://isurvey.cgee.org.br/future-se/. Acesso em: 20 jul. 2019.

BRUM, E. Bolsonaro e a autoverdade. El País, 16 jul. 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/16/politica/1531751001_113905.html. Acesso em: 2 ago. 2019.

DENIZOT, N. Les humanités, la culture humaniste et la culture scolaire. Tréma, Montpellier, n. 43, p. 42-51, 2015. Disponível em: https://journals.openedition.org/trema/3301. Acesso em: 20 jul. 2019. Doi: https://doi.org/10.4000/trema.3301.

DONIZETTI, M. Manual de conduta e resistência ao controle do discurso e da libido. Forum, 03 nov. 2018. Disponível em: revistaforum.com.br/manual-de-conduta-e-resistencia-ao-controle-do-discurso-e-da-libido/. Acesso em: 23 jul. 2019.

GUATTARI, F. Entrevistas diversas. In: GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica – cartografias do desejo. Vozes: Petrópolis, 1986.

HARDT, M.; NEGRI, A. Assemblea. Tradução italiana de Tania Rispoli. Milão: Ponte Alle Grazie, 2018.

LADEIRA, F. F. A era do anti-intelectualismo. Observatório da Imprensa, ed. 1020, 15 jan. 2019. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/dilemas-contemporaneos/a-era-do-anti-intelectualismo/. Acesso em:13 jul. 2019.

LINDNER, J. Bolsonaro: 'Queremos uma garotada que comece a não se interessar por política'. O Estado de S. Paulo, 09 abr. 2019. Disponível em: educacao.estadao.com.br/noticias/geral,bolsonaro-queremos-uma-garotada-que-comece-a-nao-se-interessar-por-politica,70002785320. Acesso em: 28 jul. 2019.

MAINGUENEAU, D. Posicionamento. In: CHARAUDEAU, P.; MAINGUENEAU, D. Dicionário de Análise do Discurso. Coord. de trad. Fabiana Komesu. São Paulo: Contexto, 2004.

MIGUEL, L. F. Universidade não precisa de “empreendedorismo”, mas de pensamento crítico, 18 jul. 2019. Disponível em: https://jornalggn.com.br/artigos/universidade-nao-precisa-de-empreendedorismo-mas-de-pensamento-critico-por-luis-felipe-miguel/. Acesso em: 21 jul. 2019.

MOKADDEM, S. La culture humaniste à l’École. Remarques sur la notion de «culture humaniste» et sur la formation au sein des ESPE dans le processus d’accompagnement des enseignant-e-s. Tréma – revue internationale en sciences de l’éducation et didactique, Montpellier, v. 43, p. 101-111, 2015. Disponível em: journals.openedition.org/trema/3339. Acesso em: 13 jul. 2019. https://doi.org/10.4000/trema.3339.

O GLOBO. 2019. Educação. Disponível em: g1.globo.com/educacao/noticia/2019/04/26/bolsonaro-diz-que-mec-estuda-descentralizar-investimento-em-cursos-de-filosofia-e-sociologia.ghtml. Acesso em: 12 jul. 2019.

ROLNIK, S. Esferas da insurreição – notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: n-1 edições, 2018.

SALOMÃO, M. Future-se: a não-solução para um falso problema. Diário do Centro do Mundo, 19 jul. 2019. Disponível em: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/future-se-a-nao-solucao-para-um-falso-problema-por-margarida-salomao/. Acesso em: 21 jul. 2019.

SANTOS, B. de S. A difícil democracia – reinventar as esquerdas. São Paulo: Boitempo, 2016.

SOLANO, E. Crise da democracia e extremismos de direita. Pesquisa financiada pela Fundação Friedrich Ebert – Friedrich-Ebert-Stiftung (FES). Maio 2018. Disponível em: http://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/14508.pdf. Acesso em: 3 ago. 2019.

SPINOZA, B. de. Ética. Trad. de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

TATIÁN, D. Un mundo sin docentes. El País, 25 abr. 2017. Disponível em: pagina12.com.ar/33858-un-mundo-sin-docentes. Acesso em: 18 jun. 2019.

TIBURI, M.; CASARA, R. Ódio à inteligência: sobre o anti-intelectualismo. Em Pauta, 13 out. 2016. Disponível em: https://www.geledes.org.br/odio-inteligencia-sobre-o-anti-intelectualismo/. Acesso em: 12 jul. 2019.

Downloads

Publicado

2020-06-29

Como Citar

ROCHA, D. A autocrítica como desafio ético-político de resistência no contemporâneo. Letras & Letras, Uberlândia, v. 36, n. 1, p. 237–260, 2020. DOI: 10.14393/LL63-v36n1-2020-13. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/50466. Acesso em: 4 dez. 2024.