A recepção de Filoctetes, de Sófocles, em Ramom, o Filoteto americano, de Escobar, no contexto da Ditadura Militar brasileira
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v40-2024-54Palavras-chave:
Filoctetes, Sófocles, Carlos Henrique Escobar, América Latina, Ditadura MilitarResumo
Este artigo tem por objetivo apontar aspectos da recepção da tragédia grega Filoctetes (409 a.C.), de Sófocles, pelo dramaturgo brasileiro Carlos Henrique Escobar, que retoma o texto grego e o mito do herói arqueiro em sua reescritura moderna Ramom, o Filoteto Americano (1976). Escobar escreve seu texto em plena Ditadura Militar, em 1975, e o publica no ano seguinte, ainda na mesma década em que, conforme Figueiredo (2015), com o aumento da censura e da violência do regime devido ao AI-5, o teatro brasileiro vivia sob coação. Ambientada no Alto Peru, atual Bolívia, durante o movimento de luta por independência do domínio espanhol, a peça de Escobar retoma o mito de Filoctetes e a tragédia sofocliana privilegiando o tema da opressão, a fim de enfatizar a necessidade de combatê-la.
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