Poligamia adulterada
Violência simbólica e tragédia afetiva em Niketche, de Paulina Chiziane
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36n2-2020-16Palavras-chave:
Niketche, Paulina Chiziane, Violência simbólica, Afetividade, Inconsciente Pós-ColonialResumo
Este trabalho se propõe a analisar aspectos do romance Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane, à luz do conceito de violência simbólica proposto por Pierre Bourdieu em A dominação masculina, apontando como a referida obra literária corrobora o entendimento do sociólogo francês, segundo o qual as mulheres (inconscientemente) perpetuam o códice cultural instituído para subjugá-las. Intentamos explorar de que modo esse ideário opera na experiência afetivo-sexual da protagonista, cuja subjetividade é informada tanto pela doutrina judaico-cristã do colonizador europeu, quanto por elementos arcaicos da tradição autóctone moçambicana.
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