Disfluências na sinalização em Língua Brasileira de Sinais (Libras)

Análise psicolinguística dos dados de um entrevistado surdo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v37n2-2021-02

Palavras-chave:

Disfluências, Língua Brasileira de Sinais, Entrevistado Surdo, Interação em Libras, Estudos Psicolinguísticos

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar disfluências produzidas na sinalização em Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante uma entrevista envolvendo um entrevistado surdo e um entrevistador ouvinte. O arcabouço teórico-analítico está alinhado aos estudos psicolinguísticos que têm se voltado à caracterização de disfluências na produção da linguagem oral (com identificação da estrutura de sequências com disfluências, momentos de ocorrência e função). Busca-se avaliar a possibilidade correlacionar tipos de disfluências das línguas orais com os observados nas línguas de sinais. Apresentam-se os tipos de disfluências em línguas de sinais mais recorrentes na situação de sinalização analisada, tais como pausas (preenchidas e silenciosas), reparos, repetições de sinais e reinicializações das segmentações, buscando-se identificar seus pontos de ocorrência, funções e processos cognitivos associados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Glauber de Souza Lemos, PUC-Rio

Doutorando em Letras/Estudos da Linguagem, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Erica dos Santos Rodrigues , Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Professora Adjunta 2 do Departamento de Letras da PUC-Rio, onde atua na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem. Doutora em Letras pela PUC-Rio. Integra a equipe de pesquisadores do Laboratório de Psicolinguística e Aquisição da Linguagem (LAPAL), na PUC-Rio. Bolsista Produtividade (Pq2) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.

Referências

BELLUGI, U.; FISCHER, S. A comparison of sign language and spoken language. Cognition, v. 1, p. 173–200, 1972. DOI: https://doi.org/10.1016/0010-0277(72)90018-2. Acesso em: 30 nov. 2021.

BOCK, K.; LEVELT, W. J. M. Language Production Grammatical Encoding. In: GERNSBACHER, M. A. (ed.). Handbook of Psycholinguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 1994. p. 945-984.

BONO, M.; KIKUCHI, K.; CIBULKA, P.; OSUGI, Y. A Colloquial Corpus of Japanese Sign Language: linguistic resources for observing sign language conversations. Reykjavik, Iceland: European Language Resources Association (ELRA), 2014. Disponível em: https://aclanthology.org/L14-1253/. Acesso em: 30 nov. 2021.

BRITO, L. F. Por uma gramática da Língua de Sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.

CARROLL, D. W. Psychology of language. 5. ed. Australia; Belmont, CA: Thomson-Wadsworth, 2008.

CLARK, H. H.; FOX TREE, J. E. Using uh and um in spontaneous speaking. Cognition, v. 84, p. 73–111, 2002. DOI: https://doi.org/10.1016/S0010-0277(02)00017-3. Acesso em: 30 nov. 2021.

CORINA, D. P.; GUTIERREZ, E.; GROSVALD, M. Sign language production: an overview. In: GOLDRICK, M.; FERREIRA, V.; MIOZZO, M. (Ed.). The Oxford handbook of language production. New York/USA: Oxford University Press, 2014. p. 393-415.

DAVID, C.; EMMOREY, K.; NICODEMUS, B. Disfluencies in American Sign Language and English: what “ums” and “uhs” tell us about language production. San Diego/US: San Diego State University, 2015. Disponível em: https://slhs.sdsu.edu/llcn/files/2015/05/disfluency.pdf . Acesso em: 30 nov. 2021.

EMMOREY, K.; BOSWORTH, R.; KRALJIC, T. Visual feedback and self-monitoring of sign language. Journal of Memory and Language, n. 61, v. 3, p. 398-411, 2009. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jml.2009.06.001. Acesso em: 30 nov. 2021.

EMMOREY, K.; TVERSKY, B.; TAYLOR, H. A. Using space to describe space: perspective in speech, sign, and gesture. Spatial Cognition and Computation, v. 2, p. 157-180, 2000. DOI: https://doi.org/10.1023/A:1013118114571. Acesso em: 30 nov. 2021.

FIGUEIREDO, L. M. B.; LOURENÇO, G. O movimento de sobrancelhas como marcador de domínios sintáticos na Língua Brasileira de Sinais. Revista da Anpoll, v. 1, n. 48, jan./jun., 2019. DOI: https://doi.org/10.18309/anp.v1i48.1235. Acesso em: 30 nov. 2021.

FINLAYSON, I, R.; CORLEY, M. Disfluency in dialogue: an intentional signal from the speaker? Psychon Bull Rev, v. 19, p. 921–928, 2012. DOI: https://doi.org/10.3758/s13423-012-0279-x

FOX TREE, J. E. The effects of false starts and repetitions on the processing of subsequent words in spontaneous speech. Journal of Memory and Language, v. 34, p. 709-738, 1995. DOI: https://doi.org/10.1006/jmla.1995.1032. Acesso em: 30 nov. 2021.

HOHENBERGER, A.; HAPP, D.; LEUNINGER, H. Modality-dependent aspects of sign language production: evidence from slips of the hands and their repairs in German Sign Language. In: MEIER, R. P.; CORMIER, K.; QUINTO-POZOS, D. (Ed.). Modality and structure in signed and spoken languages. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2002. p. 112-142. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511486777.006. Acesso em: 30 nov. 2021.

LEMOS, G. Narrativas de conflito com alunos surdos e intérpretes de Libras nas relações com a família, a escola e atividades profissionais. 2019. 234 f. Dissertação (Mestrado em Letras e Estudos da Linguagem) – Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2019.

LEVELT, W. J. M. Monitoring and self-repair in speech. Cognition, v. 14, p. 41-104, 1983. DOI: https://doi.org/10.1016/0010-0277(83)90026-4. Acesso em: 30 nov. 2021.

LEVELT, W. J. M. Speaking: from intention to articulation. Cambridge, MA: MIT Press, 1989.

LICKLEY, R. J. Fluency and disfluency. In: REDFORD, M. A. (ed.). The handbook of speech production. Wiley-Blackwell, 2015. p. 445-469. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118584156.ch20. Acesso em: 30 nov. 2021.

LODER, L. L. O modelo Jefferson de transcrição: convenções e debates. In: LODER, L. L.; JUNG, N. M. (Org.). Fala-em-interação social: introdução à Análise da Conversa Etnometodológica. Campinas/São Paulo: Mercado de Letras, 2008. p. 127-162.

MACGREGOR, L. J. Disfluencies affect language comprehension: evidence from event-related potentials and recognition memory. 2008. 282 f. Thesis Doctor of Philosophy – School of Philosophy, Psychology and Language Sciences University of Edinburgh, 2008. DOI: https://doi.org/10.1016/j.bandl.2009.07.003. Acesso em: 30 nov. 2021.

MACGREGOR, L. J.; CORLEY, M.; DONALDSON, D. I. Not all disfluencies are equal: the effects of disfluent repetitions on language comprehension. Brain and Language, v. 111, p. 36-45, 2009.

MONDADA, L. Multiple temporalities of language and body in interaction: challenges for transcribing multimodality. Research on Language and Social Interaction, v. 51, n. 1, p. 85-106, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/08351813.2018.1413878. Acesso em: 30 nov. 2021.

NEWKIRK, D.; KUMA, E. S.; PEDERSEN, C. C.; BELLUGI, U. Linguistic evidence from slips of the hand. In: FROMKIN, V. (Ed.). Errors in linguistic performance: slips of the tongue, ear, pen, and hand. San Diego, CA: Academic Press, 1980. p. 165-198.

NICODEMUS, B. Disfluencies in American Sign Language and English: what "ums" and "uhs" tell us about language production. In: GERMAN LINGUISTIC SOCIETY (DGfS), 23-25 Feb. 2011, Goettingen. Anais… Germany: DGfS, 2011, p. 01-46.

SACKS, H., SCHEGLOFF, E; JEFFERSON, G. A simplest systematics for the organization of turn taking for conversation. Language, v. 4, n. 50, p. 696-735, 1974. DOI: https://doi.org/10.1353/lan.1974.0010. Acesso em 30/11/2021.

WARREN, P. Introducing Psycholinguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.

WILKINSON, E.; STEWART, J. Pear story narratives in American Sign Language: a distributional analysis of disfluency types. In: CONFERENCE THEORETICAL ISSUES IN SIGN LANGUAGE RESEARCH (TISLR) – University of Manitoba. London, July, 2013. Anais… England: University of Manitoba, 2013. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/274373657_Pear_Story_Narratives_in_American_Sign_Language_A_Distributional_Analysis_of_Disfluency_Types. Acesso em: 30 nov. 2021.

Downloads

Publicado

2021-12-30

Como Citar

DE SOUZA LEMOS, G.; DOS SANTOS RODRIGUES, E. Disfluências na sinalização em Língua Brasileira de Sinais (Libras): Análise psicolinguística dos dados de um entrevistado surdo. Letras & Letras, Uberlândia, v. 37, n. 2, p. 22–46, 2021. DOI: 10.14393/LL63-v37n2-2021-02. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/57595. Acesso em: 22 jul. 2024.