Sujeitos surdos e discurso: a construção identitária e as relações de ensino

Autores

  • Vania Maria Lescano Guerra Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Eliane Francisca Alves da Silva Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL65-v32n3a2016-13

Palavras-chave:

Linguística Aplicada

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo estudar, a partir de uma perspectiva discursiva da linguagem (CORACINI, 2005 e 2007; MASCIA E SILVA JÚNIOR, 2009; FOUCAULT, 1985), as interferências da LIBRAS na marcação de tempo e em outros aspectos da gramática da Língua Portuguesa mediante análise de mensagens de surdos via inbox pela rede social Facebook. tendo em vista a especificidade da língua em questão. Também problematizar os discursos presentes na sociedade a respeito da língua em questão como do sujeito surdo numa sociedade que caminha em busca de melhor atender a necessidade das pessoas com deficiência. Assim, para um estudo sobre os enunciados da LIBRAS transcritos para a língua portuguesa - LP - na modalidade escrita por sujeitos surdos, analisamos os aspectos linguísticos da Língua Brasileira dos Sinais - LIBRAS, a estrutura dos sinais que dão forma aos discursos dos surdos e qual a relação entre esses dois sistemas linguísticos totalmente diferentes, a Língua de Sinais - LS e a LP, no processo de ensino aprendizagem desses sujeitos. Para este estudo, partimos das discussões a respeito da importância da LIBRAS no processo de ensino aprendizagem dos surdos e de como ensinar a LP, considerando as relações de poder que existem entre aluno surdo e professor ouvinte, aluno surdo e sociedade. Utilizamos como procedimento metodológico a seleção de mensagens trocadas com surdos da cidade de Nova Andradina e Campo Grande, estado de Mato Grosso do Sul, por inbox, recolhidas da rede social Facebook. A análise é especialmente focada em como ocorre a marcação de tempo nos discursos desses sujeitos, que podem transmitir suas ideias de forma coerente, desde que considerem os aspectos linguísticos de sua língua materna- LM, LIBRAS. Mesmo encontrando barreiras por parte de alguns profissionais da educação e da sociedade a LIBRAS é, de fato, a primeira língua da comunidade surda brasileira, servindo de apoio para que seus membros possam aprender outras linguagens na sua modalidade escrita. 

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Biografia do Autor

Vania Maria Lescano Guerra, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP de Araraquara (SP), com pós-doutorado pelo IEL/UNICAMP. Atua como docente permanente no Programa de Pós-graduação em Letras da UFMS, nível mestrado e doutorado.

Eliane Francisca Alves da Silva, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestre em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no Programa de Pós-Graduação em Letras, área de Estudos Linguísticos. Docente da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), atuando no ensino da LIBRAS. Deficiente Auditiva, usuária da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e atuante na comunidade Surda. Professora de Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS autorizado pela Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos- FENEIS e pelo Centro de Apoio ao Surdo - CAS. Interprete Educacional do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental pelo CAS. Proficiente no Ensino de Libras - PROLIBRAS. 

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Publicado

2016-11-03

Como Citar

GUERRA, V. M. L.; SILVA, E. F. A. da. Sujeitos surdos e discurso: a construção identitária e as relações de ensino. Letras & Letras, Uberlândia, v. 32, n. 3, p. 226–248, 2016. DOI: 10.14393/LL65-v32n3a2016-13. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/33188. Acesso em: 21 nov. 2024.

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