O uso da Libras nas aulas de Português como Segunda Língua para surdos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v37n2-2021-07

Palavras-chave:

Ensino-aprendizagem, Língua Portuguesa, Discurso, Libras, Surdos

Resumo

Muito do que se escreveu sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem revelado poucas evidências sobre suas implicações pedagógicas na leitura e na escrita da Língua Portuguesa como segunda língua para surdos. Diante disso, o presente estudo, de abordagem qualitativa, apresenta aspectos linguísticos da língua de sinais. De modo mais específico, desenvolve uma reflexão acerca do uso da língua de sinais no ensino de Língua Portuguesa como segunda língua e discorre sobre a prática do uso da Libras em aulas de português sobre corrupção no Brasil para aprendizes surdos no âmbito de um projeto de Extensão Universitária da Universidade Federal do Pará. Os resultados revelam que a Libras, como mediação simbólica, possibilita aos atores pedagógicos – professor e surdos – se constituírem em contextos socioculturais, tecendo significados e produzindo sentidos, que envolvem experiências individuais, compartilhadas na compreensão e interpretação das coisas do mundo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Waldemar dos Santos Cardoso Junior, Universidade Federal do Pará

Professor de língua portuguesa, pedagogo, com especialização em língua portuguesa: abordagem textual e com especialização em psicopedagogia clínica e institucional. Mestre em educação - Psicologia da educação. Doutorado em língua portuguesa. Professor do curso de Libras do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA.

Referências

ALMEIDA, D. L. de; LACERDA, C. B. F. de. Português como segunda língua: a escrita de surdos em aprendizagem coletiva. Trab. linguist. apl., v. 58, n. 2, p. 899-917, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/010318138653579436691

ALVES, E. G.; FRASSETTO, S. S. Libras e o desenvolvimento de pessoas surdas. Aletheia, n. 46, p. 211-221, abr. 2015.

BANNELL, R. I. et al. Educação no século XXI: cognição, tecnologia e aprendizagem. São Paulo: Vozes, 2016.

BRASIL. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 25 abr. 2002.

CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO PARA SURDOS, 1880, Milão, Itália. Atas. Rio de Janeiro: INES, 2011.

CUNHA, E. Práticas pedagógicas para a inclusão e a diversidade. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2011.

FÁVERO, M. H; PIMENTA, M. L. Pensamento e linguagem: a língua de sinais na resolução de problemas. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 19, n. 2, p.225-236, 2006. DOI https://doi.org/10.1590/S0102-79722006000200008

FELIPE, T. A. O discurso verbo-visual na língua brasileira de sinais – Libras. Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso, v. 8, n. 2, p. 67-89, jul.-dez. 2013.

FELIPE, T. A. Libras em contexto: curso básico − Livro do estudante. 9. ed. Rio de Janeiro: WalPrint, 2009.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

PEIXOTO, R. C. Algumas considerações sobre a interface entre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Língua Portuguesa na construção inicial da escrita pela criança surda. Cad. CEDES, Campinas, v. 26, n. 69, p. 205-229, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622006000200006

PEREIRA, M. C. C. et al. Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

QUADROS, R. M. de; KARNOPP L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed,2004.

RAMOS, L. O. Que palavra vem a sua mente? Um estudo da associação semântica em Libras. 2017. 113 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-graduação em Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível em: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7785. Acesso em: 16 jul. 2020.

SALLES, H. M. M. et al. Ensino de língua portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica. Brasília: MEC/SEESP, 2004. v. 1. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lpvol1.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020.

SANTOS, E. F; SANTOS, C. F; SANTOS, R. C. Sintaxe da Libras e a (re)afirmação linguística: o óbvio que ainda precisa ser dito. Interdisciplinar, ano 8, v. 17, p. 489-506, jan.-jun. 2013.

STERNBERG, R. J. Psicologia cognitiva. Trad. Maria Regina Borges Osório. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2010.

TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e linguística. Trad. e adapt. Rodolfo Ilari. 3.ed. São Paulo: Contexto, 2015.

XAVIER, A. C.; CORTEZ, S. (Org.) Conversas com linguistas. São Paulo: Parábola Editorial, 2013.

Downloads

Publicado

2021-12-30

Como Citar

CARDOSO JUNIOR, W. dos S. O uso da Libras nas aulas de Português como Segunda Língua para surdos. Letras & Letras, Uberlândia, v. 37, n. 2, p. 127–143, 2021. DOI: 10.14393/LL63-v37n2-2021-07. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/57015. Acesso em: 22 dez. 2024.