Por que os Direitos Humanos não vingaram no Brasil?

Contribuições da Semiótica Discursiva para um debate civilizatório

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v36n1-2020-12

Palavras-chave:

Semiótica, Direitos Humanos, Semiótica tensiva, Comunicação Social, Democracia

Resumo

O Brasil construiu, após o período da Redemocratização, um senso comum avesso aos Direitos Humanos. A despeito do conteúdo jurídico igualitário e ético do humanismo, militantes, estudiosos e profissionais humanistas são vistos de forma negativa por parte da população. A compreensão das estratégias enunciativas utilizadas para difundir esse entendimento integra o esforço para o enfrentamento de um estado de coisas de crescente radicalização política e restrição de direitos no final da década de 2010. A semiótica discursiva oferece um arcabouço abrangente de ferramentas de análise aplicáveis a esses discursos de ódio, desde o percurso gerativo de sentido até a abordagem tensiva com seus estudos da dimensão sensível da significação.

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Biografia do Autor

Marcos da Veiga Kalil Filho, Universidade Federal Fluminense

Doutorando e Mestre em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense, Advogado, Jornalista, Professor da Universidade Estácio de Sá

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Publicado

2020-06-28

Como Citar

DA VEIGA KALIL FILHO, M. Por que os Direitos Humanos não vingaram no Brasil? Contribuições da Semiótica Discursiva para um debate civilizatório. Letras & Letras, Uberlândia, v. 36, n. 1, p. 217–236, 2020. DOI: 10.14393/LL63-v36n1-2020-12. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/50526. Acesso em: 4 dez. 2024.