A constituição do sujeito ativista de Direitos Humanos em comentários virtuais sobre a morte de Marielle Franco
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36n1-2020-8Palavras-chave:
Direitos humanos, Estudos discursivos foucaultianos, Facebook, Marielle Franco, Processos de subjetivaçãoResumo
A morte de Marielle Franco, vereadora carioca e ativista dos Direitos Humanos, desencadeou embates discursivos na web. De um lado, seus aliados clamavam por justiça. De outro, os críticos a ironizavam e propagavam fake news que amenizavam o fato de Marielle ter sido brutalmente assassinada. Neste artigo, fruto de reflexões em nível de mestrado e doutorado no Círculo de Discussão em Análise do Discurso (CIDADI), nos propomos a analisar, à luz dos estudos discursivos foucaultianos, a constituição do sujeito ativista dos Direitos Humanos a partir do acontecimento discursivo morte de Marielle Franco. Para tanto, procedemos a uma análise arqueogenealógica dos comentários da publicação de pesar feita pelo partido “PSOL Carioca”, compartilhada no perfil de facebook oficial da vereadora Marielle Franco assim que se tornou pública a sua morte. Nos comentários analisados, depreendemos, pelo menos, duas regularidades discursivas que apresentam posicionamentos sociais opostos acerca da função do sujeito ativista de Direitos Humanos, a partir das práticas divisoras que ora o subjetivam como “defensor de bandidos”, ora o subjetivam como “guerreiros”.
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