Identidades emergentes de professores/as de Língua Portuguesa
uma análise crítico-discursiva
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-58Palavras-chave:
Identidade docente, Análise de Discurso Crítica, Modalidade, AvaliaçãoResumo
Este artigo objetiva investigar a constituição discursiva de identidades emergentes de professores/as de língua materna, em São Luís – MA, por meio de análises de Relatórios de Estágio Supervisionado. A pesquisa se insere no campo da Análise de Discurso Crítica proposta por Chouliaraki e Fairclough (1999), Fairclough (2001, 2003, 2019), que compreendem as formas de ser no mundo em uma perspectiva que mescla elementos linguísticos e sociais. O corpus de investigação é composto por seis (6) relatórios, com dois (2) fragmentos de cada um deles. Para as análises crítico-discursivas, destacou-se o significado identificacional, de Fairclough (2003) e as categorias analíticas modalidade e avaliação, que tratam das formas de identificação em estilos. Diante disso, este estudo se caracteriza metodologicamente quanto aos objetivos como descritivo, quanto aos procedimentos técnicos como documental e quanto à abordagem como qualitativa-interpretativista. Os resultados indicam que as identidades de novos/as professores/as são modalizadas deonticamente "é preciso ser dinâmico e dominar o conteúdo", e epistemicamente “tem se configurado como uma prática enfadonha e descontextualizada", atravessadas, ainda, por graus de subjetivação e polarização. Além disso, as avaliações apresentam marcadores identitários explícitos "é difícil ensinar" e implícitos "não é bom ser tradicional". Os verbos de processo mental como "temer" indicam, em juízo de valor, que ser um professor “autoritário” é indesejável às identidades emergentes. Desse modo, modalidade e avaliação são fenômenos inextricáveis na investigação da identidade e podem colaborar para a compreensão sobre a formação inicial e o futuro da docência em Língua Portuguesa.
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