Covariação entre os verbos botar e colocar nas capitais do Brasil
uma pesquisa sociolinguística com dados do ALiB
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-44Palabras clave:
ALiB, Botar, Colocar, Variação linguísticaResumen
Este artigo discute o uso dos verbos concorrentes botar e colocar no Português brasileiro em dados das capitais das cinco regiões do Brasil (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul) extraídos dos registros de fala do Questionário Fonético-Fonológico (QFF), Questionário Semântico-Lexical (QSL) e o Questionário Morfossintático (QMS) do Atlas Linguístico do Brasil – ALiB, totalizando 200 informantes. Para essa empreitada, objetivamos verificar quais fatores sociais como sexo, faixa etária, escolaridade e localidade, favorecem o uso do verbo botar, tido como de menor prestígio social, na amostra analisada e se a concorrência entre os verbos botar e colocar representa um caso de variação estável ou um caso de mudança em progresso. Nosso modelo metodológico parte da coleta, codificação e discussão dos resultados, desenvolvido a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Labov, 2008; Weinreich; Labov; Herzog, 2006 [1968]), usando, para coleta das ocorrências, a ferramenta tecnológica definida como linguagem R (R CORE TEAM, 2021). Os resultados estatísticos permitiram inferir que 48,5% dos entrevistados usam o verbo botar (1.473 dados) e 51,5% o verbo colocar (1.567 dados). Além disso, foi possível inferir que a variável sexo não apresenta correlação com a variação entre os verbos estudados, se contrapondo às variáveis faixa etária, escolaridade, região e localidade, que estão correlacionadas à variação entre os verbos estudados.
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