Uso de conectores conclusivos preposicionais em diferentes gêneros textuais: do blog à redação do ENEM

Mayra França Floret

doi:10.14393/DLv19a2025-72

Autores

Mayra França Floret Universidade do Estado do Rio de Janeiro https://orcid.org/0009-0000-2272-9124

DOI:

https://doi.org/10.14393/DLv19a2025-72

Palavras-chave:

Conector conclusivo, Conector preposicional, Redação do ENEM, Blog, Gênero textual

Resumo

Este estudo focaliza conectores preposicionais que preenchem o esquema [Segmento 1 CONECTOR Segmento 2] <-> Conclusão. Alguns deles são reconhecidos pela tradição gramatical (Cegalla, 2008; Rocha Lima, 2011; Cunha; Cintra, 2017), como por isso, portanto e por conseguinte. Outros, ainda que muito frequentes, não costumam fazer parte dessa lista. Esse é o caso dos conectores licenciados por [Preposição Demonstrativo Substantivo], como dessa forma, desse modo, dessa maneira e nesse sentido. Na coleta de dados, verificou-se que alguns conectores preenchem dois esquemas semelhantes a esse, considerados como variantes. O primeiro deles é [Preposição Demonstrativo], exemplificado por com isso e diante disso. É importante ressaltar que esse esquema também inclui o já mencionado por isso. O segundo é [Preposição Substantivo Preposição Demonstrativo], como em em/por consequência disso, em decorrência disso e em vista disso. Assim, este trabalho tem como objeto de estudo os três conectores mencionados por gramáticas tradicionais, e aqueles representados pelos esquemas citados, que são combinações entre preposição, demonstrativo e, em alguns casos, substantivo. Com base em outros estudos já realizados (Biber et al., 1999; Liu, 2008), parte-se da hipótese de que o gênero textual é um dos fatores que levam à maior ou menor recorrência desses termos. Assim, a amostra é constituída por dois gêneros textuais: um mais formal, que é a redação do ENEM, e outro menos formal, que são os textos publicados em blogs. Os textos, coletados na internet, foram produzidos em um intervalo temporal de dez anos, entre 2014 e 2023. O trabalho se baseia na perspectiva construcionista, que considera a língua como uma rede de associações entre forma e significado (Croft, 2001; Goldberg, 2006; Traugott; Trousdale, 2013; Diessel, 2015). A análise estatística foi realizada com auxílio do programa GoldVarbX (Sankoff; Tagliamonte; Smith, 2005), e os resultados encontrados indicam que o gênero textual tem um papel significativo na escolha e frequência dos conectores conclusivos preposicionais.

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Biografia do Autor

Mayra França Floret, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutora e mestre em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora adjunta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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