Plurilinguismo em risco
o lugar do espanhol nas políticas linguísticas e educacionais brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv19a2025-55Palavras-chave:
Ensino de espanhol, Ensino Médio, Linguística Aplicada, Políticas Linguísticas, PlurilinguismoResumo
Nesta pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa e interdisciplinar, destaca-se a importância crucial de preservar o ensino da língua espanhola nas escolas brasileiras, especialmente após sua transição de disciplina obrigatória para optativa no currículo da educação básica. Discutem-se os desafios decorrentes da transição do espanhol de disciplina obrigatória para opcional, enfatizando a necessidade de sua inclusão no currículo para fomentar a integração entre os povos latinos e enriquecer o desenvolvimento linguístico e cultural dos alunos. Também é abordada a influência de questões políticas e de poder que promovem a predominância do inglês sobre o espanhol. A revisão bibliográfica abrange estudos de Linguística Aplicada e Política Linguística, destacando a remoção do espanhol mediante uma medida provisória e algumas ações que corroboraram na manutenção do ensino da disciplina em alguns estados. Os estudos mencionados incluem autores como Malta (2013), Moita Lopes (2015), Grees (2019) etc. Os resultados destacam uma série de fatores que contribuíram para a secundarização da disciplina no currículo, incluindo a ênfase no empreendedorismo e valores capitalistas na educação, a ausência de representatividade cultural e a persistência de uma cultura homogênea. No que diz respeito aos objetivos da pesquisa, buscou-se realizar uma análise teórica do ensino de espanhol no Brasil, identificar as razões para sua remoção como disciplina obrigatória, destacar as principais consequências dessa mudança, listar os argumentos que enfatizam a importância do espanhol na educação básica brasileira e investigar as ações e movimentos que visam reverter a situação atual do ensino do espanhol no país. Finalmente, são apresentadas algumas ações e propostas destinadas a fortalecer a presença do espanhol no cenário educacional brasileiro e conclui-se que a permanência do ensino de espanhol na educação básica brasileira depende de ações articuladas entre diferentes setores. É necessário envolver a comunidade escolar em campanhas de valorização da língua, fortalecer movimentos e associações e incentivar o apoio acadêmico das universidades e promover parcerias e intercâmbios com países hispânicos.
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