Avaliação baseada em tarefas

subsídios para a formação continuada de professores de línguas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-15

Palavras-chave:

Tarefa, Avaliação, Letramento em avaliação, Ensino de línguas

Resumo

Este artigo tem o objetivo de discutir características da avaliação baseada em tarefas em contextos de aprendizagem de língua estrangeira para identificar necessidades de letramento em avaliação de professores. O trabalho relata os resultados de uma investigação conduzida num centro de línguas público que recentemente havia adotado a metodologia de avaliação por tarefas. Fundamenta-se na literatura sobre ensino de línguas baseado em tarefas (Willis; Willis, 2007; Ellis, 2000; Janowska, 2014), avaliação de desempenho (McNamara, 1996; Coombe, 2018) e avaliação para/como aprendizagem (Black et al., 2003; Brookhart, 2013; Carless, 2007; Coombe; Folse; Hubley, 2007; Earl, 2013). Participaram da pesquisa três professoras que lecionavam diferentes níveis de proficiência na escola.  Os dados foram coletados por meio de observações de aulas, notas de campo, entrevistas e análise documental. Todos os instrumentos avaliativos utilizados pelas participantes foram analisados quanto a suas características, e os procedimentos empregados foram observados durante a totalidade das aulas lecionadas no período de um semestre letivo. Os resultados indicam o emprego de poucas tarefas de fato, escassez de autenticidade, e oferta de feedback essencialmente corretivo. Em decorrência disso, permitem apontar a necessidade de investimento no letramento em avaliação de professores de línguas para que possam refinar seus conhecimentos sobre tarefas e aprimorar suas práticas avaliativas, de modo a desenvolverem práticas, não apenas mais válidas e confiáveis, como também com maior potencial para orientar a aprendizagem. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ana Lúcia Ferreira de Morais, Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal/CIL 1 de Brasília

Mestrado em Linguística Aplica pela Universidade de Brasília (2022). Centro Interescolar 1 de Brasília. 

Vanessa Borges-Almeida, UnB

Doutora em Estudos Lingüísticos pela UNESP São José do Rio Preto e professora associada da Universidade de Brasília. 

Referências

BACHMAN, L. F.; PALMER, A. Language testing in practice: designing and developing useful language tests. Oxford, UK: Oxford University Press, 1996.

BARBIRATO, R. de C.; CARANDINA, M. P. Elaboração de tarefas comunicativas por professores em formação inicial: concretizando princípios, criando sentidos. Revista Horizontes de Linguística Aplicada, v. 18, n. 2, p. 139–166, 2019. DOI https://doi.org/10.26512/rhla.v18i2.25147

BARBIRATO, R. de C.; CARANDINA, M. P. Compreensões de professores acerca do termo tarefa comunicativa. Revista Horizontes de Linguística Aplicada, v. 19, n. 2, p. 91–117, 2020. DOI https://doi.org/10.26512/rhla.v19i2.26694

BLACK, P. et al. Putting the ideas into practice. In: BLACK, P. et al. Assessment for learning: putting it into practice. Nova Iorque: Open University Press, 2003. p. 30-57.

BLACK, P.; WILLIAM, D. Assessment for learning in the classroom. Assessment and learning. Londres: Sage Publications, 2006.

BORGES-ALMEIDA, V. Confiabilidade. In: GONTIJO, S. B. F.; LINHARES, V. L. de C. N. (org.). Dicionário de avaliação educacional. 1 ed. Brasília: Editora IFB, 2023. p. 41-41.

BROOKHART, S. M. How to create and use rubrics: for formative assessment and grading. Alexandria: ASCD, 2013. DOI https://doi.org/10.4135/9781452218649.n15

CARLESS, D. Learning-oriented assessment: conceptual bases and practical implications. Innovations in Education and Teaching International, v. 44, n. 1, 2007. DOI https://doi.org/10.1080/14703290601081332

CARLESS, D. Exploring learning-oriented assessment processes. Higher Education, v. 69, n. 6, p. 963-976, 2015. DOI https://doi.org/10.1007/s10734-014-9816-z

COOMBE, C. (ed.). An A to Z of second language assessment: how language teachers understand assessment concepts. Londres: British Council, 2018.

COOMBE, C.; FOLSE, K.; HUBLEY, N. A practical guide to assessing English language learners. Ann Arbor: MI: The University of Michigan Press, 2007.

CONSELHO DA EUROPA. Common European framework of reference for languages: learning, teaching, assessment. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

CUNHA, M. C. C. Nem só de conceitos vivem as transformações: equívocos em torno da avaliação formativa no ensino/ aprendizagem de línguas. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 6, n. 2, 2006. DOI https://doi.org/10.1590/S1984-63982006000200004

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação. Currículo em movimento da Educação Básica. Pressupostos teóricos. Brasília, 2013.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação. Diretrizes pedagógicas dos Centros Interescolares de Línguas (CILs). Brasília, 2019.

EARL, L. M. Assessment as learning: using classroom assessment to maximize student learning. 2 ed. Thousand Oaks: Corwin Press, 2013.

ELLIS, R. Task-based research and language pedagogy. Language Teaching Research, v.4, n. 3, Sage Publishers, 2000. DOI https://doi.org/10.1177/136216880000400302

ELLIS, R. Task-based language teaching and learning. Oxford: Oxford University Press, 2003.

FULCHER, G. Assessment literacy for the language classroom. Language Assessment Quarterly, v. 9, n. 2, 2012. DOI https://doi.org/10.1080/15434303.2011.642041

HAMP-LYONS, L. Language assessment literacy for language learning-oriented assessment. Papers in Language Testing and Assessment, v. 6, n. 1, p. 88-111, 2017. DOI https://doi.org/10.58379/LIXL1198

INBAR-LOURIE, O. Constructing a language assessment knowledge base: a focus on language assessment courses. Language Testing, v. 25. n. 3, 2008a. DOI https://doi.org/10.1177/0265532208090158

INBAR-LOURIE, O. Language assessment culture. In: SHOHAMY, E.; HORNBERGER, N. H. (ed.). Encyclopedia of language and education. 2 ed. v. 7, Language Testing and Assessment. Boston: Springer, 2008b. p. 285-300.

JANOWSKA, I. Tarefa: um conceito-chave da perspectiva acional. Tradução de Eduardo Nadalin e José Carlos Moreira, Universidade Federal do Paraná. Revista X, v. 2, 2014. DOI http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v2i0.2014.40330

LEAVER, B. L.; WILLIS, J. R. Task based instruction in foreign language education: practices and programs. Washington: Georgetown University Press, 2004.

LEFFA, V. J.; IRALA, V. B. O ensino de outra(s) língua(s) na contemporaneidade: questões conceituais e metodológicas. In: LEFFA, V. J.; IRALA, V. B. (org.). Uma espiadinha na sala de aula: ensinando línguas adicionais no Brasil. Pelotas: EDUCAT, 2014. p. 21-48. Disponível em: leffa.pro.br/textos/trabalhos/livro_espiadinha.pdf

LYSTER, R.; SAITO, K.; SATO, M. Oral corrective feedback in second language classrooms. Language Teaching, v. 46, n. 1, p. 1-40, 2013. DOI https://doi.org/10.1017/S0261444812000365

LONG, M. H. Focus on form in task-based language teaching. In: LONG, M. H. Annual McGraw-Hill Teleconference in Second Language Teaching, 1997.

LONG, M. Second language acquisition and task based language teaching. West Sussex: John Wiley and Sons, 2015.

LUOMA, S. Speaking scales. In: LUOMA, S. Assessing speaking. Nova Iorque: Cambridge University Press, 2004. p. 59-95. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511733017.005

McNAMARA, T. Measuring second language performance. Londres; Nova Iorque: Longman, 1996.

MESSICK, S. Validity. In: LINN, R. L. (ed.). Educational Measurement. 3 ed. Nova Iorque: American Council on Education; Macmillan, 1989. p. 13-103.

MORAIS, A. L. F. A tarefa de usar tarefas: práticas avaliativas em um Centro Interescolar de Línguas público. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) —Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2022.

MORAIS, A. L. F.; BORGES-ALMEIDA, V. Compreensão de professores sobre tarefas de ensino de língua estrangeira em um Centro Interescolar de Línguas público. Revista Desempenho, v. 1, n. 33, p. 41-67, 2022. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rd/article/view/44467

NUNAN, D. Task based language teaching. Cambridge: Cambridge University Press, 2004. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511667336

PAIVA, V. L. M. O. Teoria Sociocultural. In: PAIVA, V. L. M. de O. Aquisição de segunda língua. São Paulo: Parábola, 2014. cap. 8.

PANADERO, E.; JONSSON, A. The use of scoring rubrics for formative assessment purposes revisited: a review. Educational Research Review, v. 9, n. 0, 2013. DOI https://doi.org/10.1016/j.edurev.2013.01.002

PICA, T.; KANAGY, R.; FALODUN, J. Choosing and using communication tasks for second language instruction and research. In: CROOKES, G.; GASS, S. (ed.). Tasks and language learning: integrating theory and practice. Clevedon: Multilingual Matters, 1993. p. 9-34.

QUEVEDO-CAMARGO, G.; SCARAMUCCI, M. V. R. O conceito de letramento em avaliação de línguas: origem e relevância para contexto brasileiro. Linguagem: Estudos e Pesquisas, v. 22, n. 1, 2018. DOI https://doi.org/10.5216/lep.v22i1.54474

SADLER, D. R. Beyond feedback: developing student capability in complex appraisal. Assessment & Evaluation in Higher Education, v. 35, n. 5, p. 535–550, 2010. DOI https://doi.org/10.1080/02602930903541015

SAWAKI, Y. Norm-referenced vs. criterion referenced approach to assessment. In: TSAGARI, D.; BANERJEE, J. (ed.). Handbook of second language assessment. Berlin; Boston: De Gruyter Mouton, 2016. p. 45-60. DOI https://doi.org/10.1515/9781614513827-006

SCARAMUCCI, M. V. R. Avaliação de leitura em inglês como língua estrangeira e validade de construto. Calidoscópio, v. 7. n. 1, 2009. DOI https://doi.org/10.4013/cld.2009.71.04

SCARAMUCCI, M. Avaliação: mecanismo propulsor de mudanças no ensino/aprendizagem de língua estrangeira. Revista Contexturas, v. 4, p. 75-81, 1999.

SCHELLEKENS, L. H. et al. A scoping review on the notions of Assessment as Learning (AaL), Assessment for Learning (AfL), and Assessment of Learning (AoL). Studies in Educational Evaluation, v. 71, 1010094, 2021. DOI https://doi.org/10.1016/j.stueduc.2021.101094

SHEPARD, L. A. The role of assessment in a learning culture. Educational Researcher, v. 29, n. 7, p. 4-14, 2000. DOI https://doi.org/10.3102/0013189X029007004

SKEHAN, P. A cognitive approach to language learning. Oxford: Oxford University Press, 1998. DOI https://doi.org/10.1177/003368829802900209

SKEHAN, P. Task-based instruction. Language Teaching, v. 36, p. 1-14, 2003. DOI https://doi.org/10.1017/S026144480200188X

STAKE, R. E. The art of case study. Thousand Oaks: SAGE Publications, 1995.

STEVENS, D. D.; LEVI, A. Introduction to rubrics: an assessment tool to save grading time, convey effective feedback, and promote student learning. Canada: Stylus, 2005.

WIGGLESWORTH, G.; FROST, K. Task and performance-based assessment. In: SHOHAMY, E.; IAIR, G. O.; MAY, S. (ed.). Language Testing and Assessment. 3. ed. Cham: Springer Cham, 2017. DOI https://doi.org/10.1007/978-3-319-02261-1_8

WILLIAM, D. What is assessment for learning? Studies in Educational Evaluation, v. 37, n. 1, p. 3-14, 2011. DOI https://doi.org/10.1016/j.stueduc.2011.03.001

WILLIS, D.; WILLIS, J. Doing task-based teaching. Nova Iorque: Oxford University Press, 2007.

WILLIS, J. A flexible framework for task-based learning: an overview of a task-based framework for language teaching. In: WILLIS, D.; WILLIS, J. (ed.). Consciousness-raising activities. London: Macmillan, 1996.

Downloads

Publicado

09.04.2024

Como Citar

MORAIS, A. L. F. de; BORGES-ALMEIDA, V. Avaliação baseada em tarefas: subsídios para a formação continuada de professores de línguas. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 18, p. e1815, 2024. DOI: 10.14393/DLv18a2024-15. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/71625. Acesso em: 8 nov. 2024.