O gênero Relato de Prática da OLP

enquadre discursivo para os letramentos do professor

Autores

  • Ester Maria Figueiredo Souza Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Carla Sousa Ferreira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL28-v11n1a2017-4

Palavras-chave:

Bakhtin, Docência, Ensino, Letramentos, Linguística Aplicada

Resumo

Este artigo analisa o funcionamento discursivo do gênero Relato de Prática expresso em diretrizes que orientam sua produção textual no contexto da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro (OLP), na tentativa de evidenciar de que maneira tais diretrizes contribuem para os letramentos do professor. Nossa discussão será fundamentada por princípios da Linguística Aplicada (LA) em diálogo com os estudos dos letramentos, alguns aspectos da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) e da teoria de gênero bakhtiniana, em uma tendência inter/transdisciplinar. Os resultados da discussão apontam para a potencialidade do gênero na e para a formação docente. Para corroborar com essa afirmação, expomos dois textos da OLP que orientam a escrita do Relato, organizados em cinco Episódios temáticos para a análise discursiva. A interpretação desses Episódios já provoca e desencadeia alternativas de levar o professor a engajar-se, enunciativamente, procurando assumir-se como autor de uma prática social realizada no ambiente escolar, um espaço marcado por heterogeneidades identitárias e efervescência política, inerentes a quem enuncia, ainda que desabrochem implicitamente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ester Maria Figueiredo Souza, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Professora Plena da Universiadade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários - DELL  Área de Linguística Aplicada. Docente do Programa de Pós Graduação em Letras: Cultura, Educação e Linguagens - PPGCEL. Líder do Grupo de Pesquisa Linguagem e Educação - GPLEd/UESB.

Carla Sousa Ferreira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Mestranda em Letras. Bolsista FAPESB. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Linguagem e Educação GPLEd/UESB.

Referências

ALTENFELDER, A. H. Voz do Professor. São Paulo: Cenpec/Fundação Itaú Social, 2003. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/EscrevendoFuturo/arquivos/2190/voz_do_professor.pdf. Acesso em: 19 out. 2015.

AMARAL, H. Na prática a teoria é outra? Na Ponta do Lápis. São Paulo: Cenpec, ano III, nº- 5, abr., 2007, p. 14-15.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 12.ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

CARDIA, M. T. A. Narrar a Experiência. Revista Na Ponta do Lápis – ano VIII – nº- 20, 2007, p. 24-27.

SOUZA, E. M. F.; COELHO. F. C. B. Contrapontos entre linguagem e educação: a docência como objeto de discurso. (2012b). In: Anais II SEMFEX – Seminário sobre Formação de Professores em Exercício. Formação de professores em exercício: cenários contemporâneos, setembro 2012, Volume 1, Número 1, UFBA, 2012, P.1-16. ISSN 2316-3399.CD-ROM.

CUNHA, M. I. Conta-me agora! As narrativas como alternativas pedagógicas na pesquisa e no ensino. Revista da Faculdade de Educação. São Paulo: USP, vol. 23, nº- 1-2, 1997.

FERREIRA, N. S. A.; SILVA, L. L. M. Na Ponta do Lápis – São Paulo: Cenpec, ano VIII, nº- 19, mar., 2012, p. 18-23.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 18ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FUZER, C.; CABRAL, S. R. S. Introdução à gramática sistêmico-funcional em língua portuguesa. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2014.

GERALDI, J. W. Portos de passagem. 5. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.

GOUVEIA, C. A. M. Texto e gramática: uma introdução à linguística sistémico-funcional. Matraga, Rio de janeiro, v.16, n.24, jan./jun. 2009a, p. 13-47.

GOUVEIA, C. A. M. Escrita e ensino: para além da gramática, com a gramática. D.E.L.T.A., 25: ESPECIAL. 2009b, 716-720.

JORDÃO, C. M. Identidades e Letramentos em Discurso. In: ARAÚJO, J.; SILVA, K. A. (Org.). Letramentos, Discursos Midiáticos e Identidades: novas perspectivas. Coleção: Linguagem & Sociedade. Vol. 15. Campinas, SP: Pontes Editores, 2015.

HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. M. I. M. An introduction to functional grammar. 4ª ed. London: Routledge, 2014.

MATENCIO, M. L. M. Gêneros na formação do professor: construção de saberes e de representações em atividades interacionais. Estudos Linguísticos/Linguistic Studies, 3, Edições Colibri/CLUNL, Lisboa, 2009, p. 17-28.

MATENCIO, M. L. M. Gêneros do discurso e apropriação de saberes: (re)conhecer as práticas linguageiras em sala de aula. Linguagem em (Dis)curso – LemD, v. 8, n. 3, set./dez. 2008, p.541-562.

NÓVOA, A. Nada substitui o bom professor. In: FARO, J.S.; GUTIERRE, Priscilla. (Org.). Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo (livreto). São Paulo: SINPRO-SP, 2007. Disponível em: <http://www.sinprosp.org.br/arquivos/novoa/livreto_novoa.pdf.>. Acesso em: 19 out. 2015.

PENNYCOOK, A. Linguística Aplicada Pós-Ocidental. In: CORACINI, M. J.; BERTOLDO, E. S. (Org.). O desejo da teoria e a contingência da prática: discursos sobre e na sala de aula: língua materna e língua estrangeira. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003, 21-59.

STREET, B. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. Tradução Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.

SIGNORINI, I. O gênero relato reflexivo produzido por professores da escola pública em formação continuada. In: SIGNORINI, Inês. (Org). Gêneros Catalisadores: letramento e formação do professor. 2006, p. 53-70.

ZELMANOVITS, C. Relatar a prática: como e por que? Cenpec, São Paulo, abril 2010, p. 1-13. Disponível em: <https://www.escrevendoofuturo.org.br/EscrevendoFuturo/arquivos/2188/relatar_a_pratica.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015.

Downloads

Publicado

27.12.2016

Como Citar

SOUZA, E. M. F.; FERREIRA, C. S. O gênero Relato de Prática da OLP: enquadre discursivo para os letramentos do professor. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 1, p. 63–88, 2016. DOI: 10.14393/DL28-v11n1a2017-4. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/35088. Acesso em: 22 dez. 2024.