Entre o discurso do "Acampamento Terra Livre" e a (ex)(in)clusão social, o (per)curso identitário dos povos indígenas
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLesp-v8n3a2014-6Palavras-chave:
terra, indígenas, exclusão social, representaçõesResumo
O objetivo deste artigo é problematizar o processo de constituição identitária dos indígenas a partir do discurso do "Documento Final do Acampamento Terra Livre 2011 - pelo direito à vida e à mãe Terra". Para tanto, analisamos como são construídas as representações sociais de exclusão que constituem o discurso do documento oficial sobre os indígenas, a partir da perspectiva discursiva e do processo de referenciação linguística, com base na interpretação de regularidades enunciativas que nos possibilitem rastrear, pela materialidade linguística, os efeitos de sentido possíveis, as formações discursivas e os interdiscursos que perpassam o discurso do movimento indígena "Acampamento Terra Livre" (ATL). A fundamentação teórica transdisciplinar proposta neste trabalho, pela articulação entre a Análise do Discurso (PÊCHEUX, 2002; CORACINI, 2011; AUTHIER-REVUZ; 1998, ORLANDI, 2099) e a perspectiva ancorada no método arqueogenealógico (FOUCAULT, 2007), é imprescindível para que possamos problematizar as relações entre a linguagem, o sujeito e as relações de poder em um contexto mais amplo, na medida em que a interpretação se dá na tensão entre estrutura e acontecimento. Vozes discordantes e concordantes perpassam esse discurso, a partir de momentos de identificação que incluem e excluem o sujeito em pauta, num movimento identitário paradoxal e multifacetado.
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