“Grande eu não iria ser”
A narrativa autobiográfica da editora Maria Mazarello (Mazza Edições)
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36nEsp-2020-7Palavras-chave:
Mazza, Silenciamento, Racismo, Discurso, AutobiografiaResumo
Buscamos, neste artigo, apresentar a narrativa autobiográfica da editora de livros Maria Mazarello, da Mazza Edições, que foi a primeira editora de registro no Brasil com publicações voltadas à literatura afro-brasileira. Por ser mulher, negra e pobre, enfrentou diversas barreiras para seguir sua caminhada, entre eles, o racismo. Assim, pretendemos identificar e fazer emergir a partir de seu discurso marcas de significação com discursos ora evidenciados, ora silenciados de preconceito racial. Para isso, ressaltamos as contribuições de Eni Orlandi (2007), em As formas do silêncio, que contribuiu para pensar e identificar o silêncio como potência, e não apenas como mero complemento da linguagem. Devemos ressaltar que o silêncio não deve ser entendido como o vazio, pois o silêncio é necessário, sobretudo quando abordamos autobiografias. Como ilustra Orlandi (2017), o silêncio seria o que não é preciso ser dito. Assim, iniciaremos nossos questionamentos pensando: o que é o silêncio? Como ele se exprime? Percebemos que ele não é transparente, tem sua espessura e instaura processos significativos complexos, pois ele tem condição de significar. Dessa forma, quando Mazza nos diz: “a gente não teria o amanhã” e se cala, há uma potência de significação que se instaura. De outro lado, percebemos em seu discurso um evidenciamento, como “a gente não quer ser negro quando menino”. É por esses ditos e silêncios que há um campo de pesquisa ainda incipiente e propício a investigações que a Análise do Discurso e demais áreas se abrem. É por isso também que iremos trazer algumas reflexões.
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Referências
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