O silenciamento (do) político de Julian Assange na mídia nacional
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v36n1-2020-5Palavras-chave:
Político, Discurso, Mídia, Imaginário, SilêncioResumo
Após sete anos em asilo político na embaixada do Equador, em Londres, Julian Assange – fundador do WikiLeaks – foi preso no dia 11 de abril de 2019. Acusado como criminoso desde 2010, o ativista estamparia mais uma vez os jornais de todo o mundo. Dessa forma, propomos uma análise discursiva das matérias referentes ao dia de sua prisão no meio jornalístico nacional, explorando questões como o silenciamento e as formações imaginárias acerca da figura de Assange. O que percebemos é o silenciamento (do) político no discurso midiático, (re)configurando a imagem do capital e do político. Para tanto, usamos da Análise do Discurso pecheuxtiana, na qual o discurso é entendido como “efeito de sentido entre interlocutores” (PÊCHEUX, 2014). Mobilizamos, ainda, as noções de silenciamento (ORLANDI, 2007), formações imaginárias (PÊCHEUX, 2014) e a representação do político (CORTEN, 1999; CAZARIN, 2004), buscando compreender o espaço virtual e o capital como reguladores de sentidos.
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Referências
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